segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Seguem os textos de Rosely Sayao

Compaixão pelas crianças

Muitas crianças sofrem quando se descontrolam, quando fazem o que não poderiam nem deveriam fazer, quando expressam explosivamente seus caprichos, quando se debatem com uma tarefa difícil que precisam cumprir e se perdem no abismo do "eu não vou conseguir, eu não sou capaz", quando transgridem um princípio conhecido e sabem que a consequência de seu ato prejudica alguém.



O sofrimento delas fica estampado com tanta clareza que é difícil um adulto não perceber o que ocorre nesse momento.Mesmo assim, a reação de muitos deles tem sido insensível. Já faz um tempo que adotamos a postura de reclamar de comportamentos das crianças, de nos sentirmos vítimas de suas atitudes, de nos fazermos impotentes frente a elas.



"Eu não aguento mais esse menino!", "Eu já fiz de tudo para ensinar a ela que não pode fazer isso", "Ela não tem jeito", "Essa criança precisa de um castigo muito sério" são frases que ouço pais e professores dizerem com frequência. Pois elas expressam a falta de compaixão e de empatia dos adultos para com as crianças, o que talvez seja uma marca importante de nosso tempo.



É preciso buscar novos caminhos para reagir às crianças que experimentam as situações acima, já que, mais do que acusações e reclamações, elas precisam é de nossa ajuda, de nossa intervenção educativa.



Em primeiro lugar, é bom lembrar que, como nos ensinou Françoise Dolto -psicanalista que se dedicou a compreender a infância e a adolescência-, quando uma criança reage com violência a uma pessoa ou a uma situação, é porque ela tem lá suas razões, mesmo que não seja possível perceber os motivos que a levaram a se comportar dessa forma.



Isso não significa, é claro, que pais e professores não tenham que fazer com que ela arque com as consequências de seus atos e que não a levem a reparar o que fez. Mas ter essa compreensão é fundamental para que seja possível manter a calma e o equilíbrio a fim de não se relacionar com a criança de modo simétrico e, desse modo, perder o lugar de educador.



Reclamar de, acusar, julgar e condenar são atos que, em geral, praticamos com quem ocupa posição simétrica à nossa. Fazer isso com crianças mostra que, diante delas, deixamos vago o lugar de adultos.



É possível ensinar às crianças o respeito às normas importantes para a convivência sem que isso signifique formar um batalhão de obedientes. Igualmente, podemos ensinar a elas que podem e devem sentir orgulho de si mesmas por conseguir ter controle sobre seus atos.



As crianças sofrem quando não conseguem dominar seus impulsos violentos e de momento. Para que tenham êxito no árduo aprendizado do autocontrole, precisam de nós, adultos, agindo como tal. Elas também sofrem quando se afogam no mar da insegurança que as impede de se esforçarem para aprender. Também nesse momento precisam de nosso apoio e encorajamento.



As crianças precisam contar conosco para transformar em ato seu potencial.







Categoria: Folha Equilíbrio

Escrito por Rosely Sayão às 12h16 [(34) Vários comentários] [regras para comentários] [envie esta mensagem]



01/04/2010

Pais estudantes















As escolas trabalham com seus alunos há mais ou menos dois meses. É de se esperar que, a esta altura, muitos estudantes já tenham percebido que têm obstáculos a enfrentar, dificuldades a superar, conflitos a resolver. Frequentar escola traz lá os seus problemas, todos sabem. No entanto, o que não sabíamos é que boa parte desses problemas acaba nas mãos dos pais. Da educação infantil à faculdade, eles têm assumido muitos dos contratempos escolares dos filhos.



Pais de universitários tentam negociar prazos de entrega de trabalho com professores e comparecem à faculdade para resolver problemas dos alunos com a secretaria. Muitos também são chamados pelas faculdades para reuniões e até recebem boletim de frequência e avaliação do filho -isso sem falar de mestrandos e doutorandos em situação semelhante.



Não há dúvida de que esses jovens, de classe média, estão infantilizados, e nem sequer se envergonham da situação. Ao contrário: é de muitos deles que parte o pedido de ajuda aos pais. Justamente quando finalizam o processo de amadurecimento iniciado na adolescência e estão prestes a entrar na vida adulta, são seduzidos a estacionar, quando não a regredir.



Quem tem filhos cursando o ensino médio ou o pré-vestibular carrega uma carga bem pesada. Pressionados pela sociedade, pressionam seus filhos para que deem conta da enorme quantidade de conteúdo passado pela escola e tirem boas notas, para que não percam aulas, para que entrem em uma faculdade reconhecida etc. Contratam professores particulares -muitas vezes indicados pela escola que o filho frequenta!-, dão prêmios e castigos, controlam horários de estudos, tudo em função do rendimento escolar. Mas para quem é importante, afinal, cursar uma faculdade?



Já quem tem filhos no ensino fundamental acaba por ter de atender a pedidos das escolas para que resolvam questões de indisciplina, de desatenção, de comportamentos inadequados ao espaço escolar, de recusa da autoridade do professor etc. No final, o aluno está lá na escola e os pais, aqui fora, tentam interferir no comportamento dele lá. Será que é possível? Tenho dúvidas, já que, quando mudam o papel social e o contexto, pode mudar muita coisa na maneira de se portar da criança.



Nem mesmo os pais das que frequentam a educação infantil ficam livres de arcar com questões da vida escolar dos filhos. São pesquisas e lições para serem feita em casa, reuniões para ouvir análises que a escola faz, ora do comportamento ora do desenvolvimento de seus filhos e até receber algumas orientações, inclusive de encaminhamentos.



Em resumo: hoje, quem tem filhos na escola quase se torna um repetente, já que precisa dar conta de questões que lá atrás, em sua infância, já foram vividas. E quase sempre sem contar com a ajuda dos pais, é bom ressaltar.



Talvez uma boa parceria da família com a escola pudesse ser a de que ambas conseguissem ensinar aos filhos e alunos que o compromisso escolar é deles, e apenas deles.







Categoria: Folha Equilíbrio

Escrito por Rosely Sayão às 11h21 [(75) Vários comentários] [regras para comentários] [envie esta mensagem]
07/06/2010 Apesar da data. VALE A PENA RELER


As escolas já não são mais o templo sagrado do saber

A Folha publicou ontem, no caderno Cotidiano, uma reportagem que mostra o que acontece na quadra de uma escola estadual aqui de São Paulo localizada na Av. Indianópolis, na zona Sul. O local é usado como ponto de prostituição, principalmente por travestis. O link para a reportagem é http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0606201009.htm
Escrevi um texto, publicado na mesma reportagem com o título acima, refletindo a respeito do fato. Segue o texto.

"A escola já foi considerada um local sagrado e, portanto, reverenciado, estimado, cuidado e respeitado por todos. Uma de suas denominações, inclusive, era "Templo do Saber". Atualmente, elas são o retrato colorido de nossa sociedade, um espelho do estilo de vida urbana que temos levado e do tipo de relação que estabelecemos com os mais novos.
Assim sendo, a escola não é um local inviolável. A criminalidade e a violência, o descaso com o patrimônio público -bem de todos-, o caos das relações interpessoais de um mundo individualista e simétrico, a competitividade levada ao seu grau mais extremado, a grosseria, o desrespeito às leis que nos protegem, o tráfico de drogas e o consumismo -também de sexo- são algumas das características de nossa sociedade.
Tais características se tornam, assim, elementos presentes no ambiente escolar, já que os muros que o cercam não são impermeáveis.
Não se iluda, caro leitor: as imagens do que ocorre no entorno da escola estadual Professor Alberto Levy, na zona sul de São Paulo, não mostram um fenômeno exatamente localizado. De modo mais ou menos estridente, esse é o espírito da sociedade que ajudamos a construir e que ronda nossas escolas e, por consequência, nossas crianças e jovens.
Não há dúvida alguma de que a Secretaria Estadual da Educação, a polícia, a própria unidade escolar e seus trabalhadores, o bairro do entorno, as famílias dos alunos etc. deveriam ter sua quota de responsabilidade nessa questão.
No entanto, na mesma medida -vamos reconhecer- todos eles têm também sua parcela de impotência frente a fenômenos desse tipo.
Fazer o quê? Ou, melhor dizendo: o que fizemos e fazemos para que o mundo adulto escancare dessa maneira, sem quaisquer pudores, suas mazelas também aos mais novos?
O pior de tudo é que nós já temos muitas respostas para dar a essa pergunta."

Disponivel: http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/Acesso em 15.11.2010
ESTAMOS CHEGANDO N O FINAL DO ANO HORA DE REVER AS ESCOLAS....

Texto de Rosely Sayão: Com que roupa?

Palpite de Desconstruindo a Mãe
Marcadores: boas maneiras, educação, escola, Rosely Sayão, roupa, uniforme
Separei esse texto da excelente psicóloga Rosely Sayão para compartilhar.
Na escola da Lalá o uniforme cada vez fica mais "fashion", mas continua de uso obrigatório até o fim do ensino médio. Eu adoro ( a gurizada também!)! E vocês?
Há variedade de modelos, pra ajudar os alunos a aderirem ao unfirme

COM QUE ROUPA?
As chamadas boas maneiras foram abrandadas, depois criticadas e, por último, esquecidas
Uma escola promoveu reunião para os pais de alunos que terminam o ensino fundamental este ano e iniciam, no próximo, o ensino médio.
Um dos temas abordados e que gerou grande interesse na discussão foi a não obrigatoriedade do uso do uniforme para esse ciclo.
O argumento da escola para liberar a presença dos alunos nas aulas sem o uniforme foi o de que, nessa idade, os jovens preferem usar roupas informais.
Já alguns pais pediam seu uso por uma questão de economia apenas.
Esse tema me lembrou dois fatos. O primeiro foi a conversa que tive, pouco tempo atrás, com uma executiva de empresa multinacional que lidera uma jovem equipe. Ela contou, na época, que enfrentava uma situação bastante constrangedora para ela: ter de falar com seus funcionários a respeito das roupas que eles não deveriam usar no ambiente de trabalho, por serem inadequadas. Aliás, vários diretores de escola e coordenadores já tiveram de fazer o mesmo com alguns professores.
O outro fato foi a observação que fiz em horários de entrada ou saída de escolas de ensino médio.
As roupas que alguns alunos usam são próprias para a praia, para o período de férias ou mesmo para uma reunião entre amigos. Vemos até garotas vestidas com roupas provocantes, extremamente curtas e decotadas.
Que tipo de roupa usar em determinadas situações? Como se comportar em diferentes locais da comunidade?
Qual o tom de voz apropriado para uma breve troca de ideias com o colega na sala de um cinema etc.?

Os manuais de boas maneiras ou de etiqueta já não fazem o mesmo sucesso experimentado décadas atrás, e perguntas como essas já não têm respostas únicas.

E agora?
Com mudanças velozes nos costumes, no comportamentos e nas regras, e a introdução na vida cotidiana de novos hábitos como o uso do telefone celular, por exemplo, são tamanhas transformações na convivência social que as chamadas boas maneiras foram inicialmente abrandadas, depois duramente criticadas para, em seguida, serem esquecidas.
Agora, entretanto, têm sido evocadas em diversos ambientes e por várias instituições. Famílias e escolas, por exemplo, têm se debruçado sobre essa questão.
É compreensível: num momento em que vivemos uma crise de civilidade, a cortesia, a gentileza, o respeito e a polidez no trato com o outro parecem ser bons remédios para acalmar a generalizada grosseria e a agressividade reinante nos relacionamentos interpessoais.
Precisamos reconhecer que já não é mais possível apontar maneiras únicas de se portar na relação com os outros, nos mais diversos locais e situações.
Ao mesmo tempo, precisamos também considerar que a vida pública e os relacionamentos sociais precisam ser mediados por algumas normas e essas sempre estão referenciadas a alguns princípios e valores.
Pensar no uso ou não do uniforme na escola considerando apenas a preferência juvenil ou os gastos familiares é ignorar que os mais novos precisam conhecer os valores e princípios que escolhemos para construir o presente deles e, logo, o nosso futuro.
Mas será que a maneira como nós temos conduzido esse processo irá permitir que eles façam escolhas bem informadas? Pelo depoimento da executiva citada antes e pelo ainda recente "caso Geisy Arruda", parece que não.
Rosely Sayão é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha)
Folha de S. Paulo, Equilíbrio, 2/11/2010

Link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0211201010.htm
Disponivel em:
http://desconstruindoamae.blogspot.com/2010/11/texto-de-rosely-sayao-com-que-roupa.html acesso 15.11.2010

A ESCOLA FALIDA ?!

Rosely Sayão - A escola falida


Hoje a escola chama os pais até para dizer que o filho não presta atenção na aula... Lembro de uma mãe italiana que me procurou indignada com isso... Nas palavras dela: "Afinal somos nós ou elas as profissionais do ensino?... Eu não sei o que fazer para minha filha prestar atenção na aula dela!"

E aqui não há escola pública x particular! As duas sofrem do mesmo mal...



No texto abaixo, Sabatina na Folha, Rosely Sayão dá uma boa explicação para o mal funcionamento das escolas: falta de profissionalismo!



Vera Vaz







Folha de S. Paulo 30 de novembro de 2007



Sabatina Folha - Rosely Sayão



Qualquer coisa é melhor que a escola formal de hoje; pior não ficaPara psicóloga, o atual modelo de ensino está falido ; escola se preocupaque alunos aprendam conteúdo em vez de priorizar o conhecimento



CLÁUDIA COLLUCCIDA

REPORTAGEM LOCAL





O ATUAL MODELO de ensino está falido e parte dessa situação deve-se ao fato de a escola ter se aproximado tanto do estilo de vida familiar que acabou adotando um modo administrativo leigo em detrimento de condutas educacionais profissionais, baseada em teorias e metodologias.A afirmação é da psicóloga e consultora em educação Rosely Sayão, durante sabatina realizada ontem pela Folha.

Para ela, "qualquer coisa" é melhor doque a escola formal de hoje. "Pior que está não fica. É preciso encontraralternativas ao ensino falido existente em 98% das escolas privadas e públicas."

Para a psicóloga, a aproximação entre escolas e famílias está fazendo com que as crianças tenham um tipo de educação muito parecida. "Hoje,professores e pais pensam e agem de maneira muito semelhante. E os pais estão desnorteados porque as referências educacionais se multiplicaram."





ESCOLA

A escola hoje não serve para educar. Nem para educar para vida pública e muito menos para educar para a relação de conhecimento. A escola está mais preocupada que seus alunos aprendam conteúdo do que com a postura que deve ter para se relacionar com o conhecimento. Até o quinto ano do ensino fundamental, a gente deveria ensinar o que é ser aluno, o que é ter colegas,o que é agir coletivamente, quais as posturas físicas e mentais para se relacionar com o conhecimento. Hoje a gente tem uma grande dificuldade detrabalhar isso. Espera-se que o aluno chegue sabendo o que é ser aluno. Eles chegam filhos e a escola continua a tratá-los como filhos.A escola se identificou muito com a família e perdeu seu caráter profissional. Ela se molda aos seus alunos e aos pais de seus alunos. Tem dificuldade de estabelecer uma conduta profissional baseada em teorias e metodologias e vai muito no agir educativo dos pais, que são leigos, e a escola não deveria ser leiga. Hoje, professores e pais pensam e agem demaneira muito semelhante.





VIDA FAMILIAR

É uma grande bobagem tentar adequar a escola ao estilo de vida familiar.Isso restringe muito os contatos, as relações, o tipo de visão que a criança tem do mundo. Restringe muito a ponto de impedir uma vida democrática, no ponto de vista das relações. Cada vez mais as crianças ficam submetidas a um tipo de educação muito parecida. A partir dos anos 90, a escola começou aanunciar que ela era a segunda casa, a segunda família dos alunos. Se umafamília já dá trabalho, imagine duas. A grande questão é: nós vamos dar chance para as crianças aprenderem a conviver com as diferenças ou vamoscada vez mais colocá-las em clubes privados onde todos são semelhantes? Nabusca de uma vida mais democrática, colocar a criança em uma escola onde hádiversidade é o primeiro ponto. A função da escola é fazer a passagem da vida privada para a vida pública.





SELEÇÃO DE ALUNOS

Seleção de alunos é um absurdo. Na verdade, é selecionar o perfil de aluno que cabe dentro da minha escola, é preconceituoso. O aluno diferente, não importa a diferença que seja, ele não cabe dentro desse clube. Por lei, essa seleção não é permitida, mas as escolas continuam fazendo e os pais se submetem. Acho uma loucura. A gente já vê no presente algumas conseqüências disso. A vida pública é cada vez mais privada, jovens adultos evitando o contato das pessoas nas ruas.





SUPERPROTEÇÃO

Nas últimas décadas, os pais se incumbiram de uma missão impossível, que é proteger os filhos da vida. Nesta busca de proteção, têm cometido equívocos sérios, que comprometem o objetivo fundamental da educação, que é viver com autonomia. Os pais ensinam os filhos que eles têm muitos direitos e poucos deveres.Traçar um equilíbrio entre o cuidar e proteger é a questão. Não adianta a gente tentar proteger, proteger, porque na hora que eles saem, e eles saem queira a gente ou não, esse é o mundo em que eles vão viver. O mundo estáperigoso, mas sempre esteve perigoso para os pais. É claro que o mundo mudou muito. Mas devo ensinar a saber reconhecer os riscos, a saber se proteger sem revidar etc.





SEXUALIDADE

Quando chega na adolescência, o grande acontecimento da vida é a descobertada sexualidade. O jovem tem corpo de adulto e, portanto, pode desfrutar desse mundo da sexualidade. A idéia que fica é que eu desfruto, mas, se eutiver um problema antes ou depois, alguém resolve para mim. É fundamentalque cada um de nós tenha uma vida sexual saudável. Mas há o limite entre o privado e o público, o que diz respeito à intimidade e o que diz respeito ao convívio social. Por isso, é preciso demarcar bem essa fronteira. A funçãodos pais não é entrar nos segredos dos filhos. Aliás, tem coisas que é melhor não saber mesmo.A questão não é falta de informação [sobre sexo, gravidez ou doenças sexualmente transmissíveis]. O problema é que eles não têm maturidade para usar essas informações. Isso revela que estão chegando na vida sexual de modo absolutamente inconseqüente porque são imaturos e porque há adultos respondendo por eles.O jovem vê a sexualidade como performance corporal, têm dificuldade de encarar uma relação sem tomar um comprimido tipo Viagra ou Cialis. Achei que fosse insegurança, mas descobri que era garantia de diversão por horas, sem perder a ereção. É um parque de diversão, não é mais o contato de proximidade de intimidade com uma pessoa.





CONSUMO

O ideal de consumo hoje é maior do que qualquer coisa, provoca angústia,provoca tédio também. O ideal de consumo faz com que a pessoa queira consumir e não necessariamente desfrutar daquilo que conquistou. Ele quer,quer e depois que consome não sabe o que fazer com aquilo. Cresce assustadoramente o número de jovens que querem entrar na faculdade e depois não sabem o fazer com a faculdade, trocam de curso, abandonam. É mais difícil viver hoje porque não há adultos que estimulem essa visão crítica do jovem. Eles não pensam criticamente e também adoecem facilmente. Temos muitos jovens com depressão, o índice de suicídios tem aumentado muito entre os jovens adultos. O grau de insatisfação com a vida é muito grande. Eu devo isso ao ideal de individualismo.





MEDICAMENTOS

É um outro ideal. Nossa sociedade está absolutamente submetida à medicalização. É mais um elemento que leva a essa passividade na vida, como se as coisas se resolvessem por mim. Hoje, por incrível que pareça, há escolas que chamam os pais e os orientam dar ritalina [medicação usada para déficit de atenção com hiperatividade] aos seus filhos. É como se falassem:"Acalma o seu filho para eu poder trabalhar bem enquanto ele for meu aluno."Acho que a medicina ainda vai se redimir dessa medicalização. Hoje há muito estímulo à hiperatividade. Já que o mundo estimula, vamos conviver com issoe ensinar nossas crianças a controlar isso.PAISOs livros de auto-ajuda subestimam a capacidade dos pais. Não acho que os pais estejam perdidos, as escolas sim estão perdidas. Os pais estão desnorteados. Quando eu fui educada, todos os pais compartilhavam do mesmo norte. Hoje as referências se multiplicaram. Cada pai olha como vai educar seu filho e vê múltiplas referências. Eles ainda acreditam que há norte foradeles, mas o norte está neles. Não considero os pais perdidos. Eles se dedicam mais à educação dos filhos do que as escolas que os recebem.





LIMITE

Eu usei muito essa palavra e hoje sou contra o uso dela na educação. Todo mundo usava essa palavra e não falava-se em desobediência. Recebi um dia uma mãe desesperada porque a filha, de três anos, não tem limite algum, não aceita a autoridade dela. Se a gente aceita que o problema é deles, a gente ficará livre de qualquer responsabilidade. Criança não precisa de limite,precisa é de adulto. Eles não aprendem os limites porque, nós adultos, não exercemos bem nosso papel.





CASTIGO

Castigo em crianças com menos de cinco anos eu não entendo. Quando a criança com menos de cinco anos faz ou não faz o que deveria fazer é porque o adulto falhou. Nessa idade, a criança não compreende o castigo como fruto do comportamento que ela teve. A partir dos seis, sete anos, é possível colocá-lo de castigo mas não como mera punição com sofrimento. Mas como demonstração de que tudo o que você faz, traz conseqüências, às vezes boas,às vezes não. Em geral, hoje o castigo é dado muito no momento em que os pais perdem o controle das emoções e depois o sofrimento dos filhos faz com que os pais afrouxem o castigo. A gente erra do começo ao fim.

dISPONÍVEL EM: http://educaforumtxt.blogspot.com/2007/12/rosely-sayo-escola-falida.html aCESSO EM 15.11.2010

sábado, 6 de novembro de 2010

10 dicas para conseguir um patrocínio esportivo

Temos consciência, que está cada dia mais difícil conseguir um patrocínio na área esportiva. Acho que a primeira causa é a recessão que nosso país está passando, as perspectivas são de melhora. Com isso as empresas tendem a investir cada vez menos na área de comunicação, pois normalmente é a primeira verba que se corta em momentos de incertezas. Já que não podemos influenciar diretamente esta causa, o melhor a se fazer é agir onde temos controle, ou seja, no projeto de patrocínio..
O que acontece muito e o que eu recebo demais, são projetos de patrocínio mal feitos. A grande maioria com um enfoque filantrópico, quase como se tivesse pedindo esmola, e esta definitivamente não é a melhor maneira de se solicitar um patrocínio.O foco do projeto de patrocínio deve ser a proposta de um negócio, onde ambos saem ganhando, a empresa apoiadora e o patrocinado.Tendo entendido isto claramente, aqui vão algumas dicas para que seu projeto de patrocínio seja bem recebido nas empresas:
1. Saber o que você está vendendo, qual o seu produto
2. Ter claro quais são as possibilidades que você pode dar a seu investidor, o que você pode oferecer
3. Detalhar custos, isto é importante para dar credibilidade a seu projeto
4. Planejar o futuro, mostrar que existem novas possibilidades no horizonte
5. Detectar que empresas tem o perfil de seu projeto, procurar que empresas patrocinam projetos parecidos com o seu
6. Ter uma apresentação bem feita, deve ser fácil, clara e rápida de ler (preferivelmente em forma de slides)7. Estar atento a possibilidades de permuta, é muito mais simples para empresa conseguir produtos e serviços do que dinheiro
8. Ser criativo e criar propriedades diferenciadas do que já é feito
9. Negociar como quem está vendendo um produto, não como se tivesse pedindo algo
10. Acredite no seu produto, crie um projeto no qual você investiria se fosse um patrocinador.
Se mesmo assim seu patrocinador não acreditar que vale a pena utilizar o marketing esportivo, mostre a ele este texto.Você pode tb utizar nosso link para pedir patrocínio, desta forma ele entrará no cadastro e quem sabe você consiga realizar seu projeto. Vale lembrar que se você tiver uma verba vale a pena contratar um profissional para formatar sua apresentação.
Boa sorte !!!Cesar Augusto Sbrighi
Especialista em Marketing Esportivo pela Universidade de Nova Iorque


VALE A PENA CONFERIR dISPONIVEL EM: http://www.mktesportivo.com.br/10dicas.htm > ACESSO EM 7 DE NOVEMBRO

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ThinkWeb! 2010 – Um dia inteiro para pensar em internet

ThinkWeb! 2010 – Um dia inteiro para pensar em internet


Publicado por: melinaprestes em: 30/10/2010Em: Congressos e Palestras
Cultura Digital
Eventos Comente!Dia 10/11/2010, das 8h30 às 19h, no Royal Palm Tower, em Campinas/SP.

Está chegando a segunda edição do ThinkWeb!. Para quem não sabe, o evento é uma iniciativa da Webcompany para que as empresas – clientes da agência ou não – pensem na relação de suas marcas com o consumidor que está online e vislumbrem possibilidades para criar um relacionamento com essas pessoas. Trazer conhecimento e colocar a pauta de investimentos na internet em discussão em nosso mercado. Esses são os maiores objetivos do ThinkWeb!.
Serviço:Think Web! 2010

Data: 10 de novembro de 2010

Local: no Royal Palm Tower, Campinas/SP

Horário: das 08h30 às 19h
O evento de agora será somente para convidados, mas a Webcompany e os palestrantes irão sortear – através do Twitter – 5 convites cada para o evento. A hashtag oficial é #thinkweb. Siga a Webcompany e os palestrantes no Twitter para concorrer.
Grandes profissionais irão ministrar as palestras:
Bia Granja

Curadora de cultura digital e agitadora da área de internet é considerada uma das pessoas mais relevantes na mídia social brasileira. Editora e diretora de criação da PIX, uma plataforma de cultura e diversão digital voltado para jovens conectados.


Gil Giardelli
Formado em Desenho Industrial, especializado em Internet and Mass communication na King’s College of London. É CEO da Gaia Creative, coordenador de 4 cursos no Centro de inovação e criatividade da ESPM. É Conselheiro da Associação Brasileira de Marketing Direto (ABEMD).
Leandro Ogalha

Leandro Ogalha é e-empreendedor e publicitário, dirige a área de estratégia da agência Tboom Interactive. Integra o Update or Die, maior coletivo não-jornalístico do Brasil, um dos blogs mais influentes em inovação e criatividade do país.
Léo Xavier

Formado em Administração de Empresas na FGV e em Publicidade & Propaganda na ECA/USP. Em 2007, tornou-se o primeiro brasileiro a fazer parte do capítulo mobile do Webby Awards, considerado o Oscar da Internet. Em 2009, foi eleito diretor do Board da Mobile Marketing Association.
Liliane Ferrari

Graduada em jornalismo e filosofia, está há 13 anos na área de produção e comunicação. É heavy user de internet, colunista da revista Mundo Mundano e editora de vários blogs corporativos.
Samantha Shiraishi

Jornalista pela UFPR, trabalhou por 10 anos em jornais e revistas no Brasil e no Japão. Desde 2005, como consultora em mídias sociais, realizou trabalhos para o Grupo Abril, Kraft Foods, Unilever, Casas Bahia, Walmart, Agência Senado. É embaixadora do movimento Todos pela Educação, coordena o site Mãe com filhos e é representante da América Latina no Norton Online Family Advisory Council.
Thiago Pereira

Gerente de e-Commerce da Lojas Marisa, é formado em Administração com extensão em International Business pela Kentucky University. Possui especialização em programação web, pós em e-Business e MBA em Marketing pela FGV. Com passagens pela Motorola, Bosch, Lucent, Avon, Johnson&Johnson e outros, se especializou em modelos de negócios baseados na web.
Ulisses Zamboni

É formado em Comunicação Social pela Cásper Líbero. Atual sócio-diretor da Santa Clara, teve passagens por Hill & Knowlton, Lintas, TBWA Internacional, Giovanni,FCB. É professor da cadeira de Planejamento da Miami Ad School, Presidente do Grupo de Planejamento e membro do Comitê de Comunicação Integrada da ABAP.

Mais informações: www.thinkweb.com.br
Tags: Cultura Digital, Evento, Think Web, Think Web! 2010

Blog do Gaulia - Comunicação Empresarial

domingo, 31 de outubro de 2010


Workshop de Comunicação Integrada.

Visão do todo, percepção sistêmica da vida e das relações humanas na organização. Nesta semana que passou, tive o prazer de coordenar um workshop para 80 médicos (as), enfermeiros (as), psicólogas, fisioterapeutas, administradores (as) do HEB - Hospital Estadual de Bauru (SP). A proposta era conversar sobre comunicação integrada como ferramenta de gestão e como modelo de trabalho para a humanização das relações.
O encontro revelou-se pura energia: equipes profissionais mais conscientes de suas responsabilidades, no dia a dia de um hospital de referência regional, voltadas para o cuidado dos pacientes e da saúde podem conquistar maior qualidade de relações (e assim, de atendimento). Ao perceberem seus potenciais, muitas vezes escondidos pela burocracia e pelo silêncio, as pessoas comuns tornam-se senhoras de seus destinos e capazes de influenciar positivamente o futuro de uma grande instituição.
Quando damos voz (e ouvidos) à organização e rompemos com o silêncio, ganhamos fôlego renovado para aproximar pontos de vista e buscar soluções conjuntas. Foi uma grata surpresa conhecer o HEB e seu time de trabalho. As portas estão abertas. Corações e mentes idem. Agora, é hora de fazer acontecer e eu espero voltar para Bauru, em breve. Porque além de tudo, conheci e degustei a verdadeira receita do sanduíche que leva o nome da cidade. Mas essa já é outra história.

Postado por Luiz Antônio Gaulia. às 31.10.10 Enviar por e-mail BlogThis! Compartilhar no Twitter Compartilhar no Facebook Compartilhar no Google Buzz

1 comentários:

Eleide disse...

Comunicação, relacionamento, ouvir, falar, planejar... estas palavras estão fluindo com maior facilidade entre as equipes do HEB. Em linguagem clássica dos meios ligados à área da saúde, foi feito um verdadeiro raio X, um diagnóstico rápido e contundente. Agora é definir o tratamento e acompanhar a evolução deste "paciente". Nosso agradecimento especial ao prof. Gaulia que deu "sobrevida" a todos nós. Saúde, Gaulia!!

O Futebol Brasileiro precisa rever seus torcedores

O texto abaixo deve ser lido e refletido por todos que  gostam e  investem em futebol.  As duas ações ocorridas no final de ...