quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meia Noite em Paris PARABENS W. ALLEN

Meia Noite em Paris


17.06.2011

Thais Nepomuceno Compartilhar



Em 2005, as produções de Woody Allen migraram para a Europa. De lá pra cá, seus longas deixaram a cinzenta Nova York, a exceção de Tudo Pode Dar Certo, os últimos filmes do diretor são todos com sotaque. Londres foi a primeira cidade presenteada, com Match Point; sendo sucedida pela comédia romântica Scoop, depois Sonho de Cassandra e depois com outra comédia romântica Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos. Já Barcelona, teve Vicky Cristina Barcelona (que rendeu a Penélope Cruz o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante). Essas cartas de amor às cidades européias reforçam o olhar esquizofrênico que o cineasta tem delas.
Paris já foi contemplada com uma carta apaixonada através de Todos Dizem Eu Te Amo; que além de homenagear a cidade mais romântica da Europa, fazia reverenciava aos grandes musicais. Mas agora, a Paris apaixonada e musicada dá lugar a uma intelectualizada. Em Meia Noite em Paris, Woody volta ao seu gosto nonsense e presenteia os espectadores com possíveis encontros entre os grandes artistas da história da literatura, artes plásticas e da música; em plena Paris da década de 20.



Na trama, o jovem casal Inez (Rachel McAdams) e Gil (Owen Wilson) visitam a cidade; ele um escritor de roteiros de filmes pipoca, cansado de escrever para Hollywood e ingressado numa jornada em um romance; já ela é prática e quer colher os frutos de ter um futuro marido com estabilidade financeira. Owen é o alter ego da vez. A musa é Paris, que inspira não apenas o cineasta, como seu personagem. Owen parece que sempre fez filmes de Woody Allen, e que sempre gaguejou, que sempre foi niilista e neurótico. E que é um escritor apaixonado pelos artistas da década de 20.



Já a cidade, parece mais romântica ainda. O longa gira em torno da relação de Gil com Paris, todos os dias à meia noite, ele volta à sua verdadeira Idade do Ouro, a década de 20; e tem encontros fantásticos com Ernest Heminghay, Zelda e Scott Ftizgerald, Pablo Picasso, Gertrude Stein, Cole Porter, Henri Matisse e Luis Buñel. Mas é com Salvador Dalí (Adrien Brody) que ele tem o diálogo mais divertido de toda a trama, onde o tema central são rinocerontes. Brody é outro que incorporou o mestre do surrealismo e mostro sua verdadeira veia cômica.



O nonsense toma conta dos diálogos e as referências vem nas conversas, com citações à Miró e Mark Twain (entre muitos outros). Os apaixonados por arte é uma deliciosa comédia. Se em Você Vai conhecer o Homem dos Seus Sonhos, Allen parafraseava Shakespeare, afirmando que “a vida é cheia de som e fúria, contada por um louco e no final não significa nada”; onde mostra confusões amorosas de uma família; aqui em Paris, ele mostra o quanto as pessoas são nostálgicas e saudosistas a ponto de vangloriar épocas passadas.







Como nosso protagonista Gil, que em seu retorno, encanta-se por Adriana (fetiche de Mondigliani e Picasso); que por sua vez, tem como sua Idade de Ouro a Belle Époque; onde encontra Degas e Gauguin (que acreditam que a Renascença seja a Idade de Ouro). Revelando a eterna insatisfação do ser humano com o presente e que sempre haverá a Idade de Ouro, mesmo que estejamos vivendo nela.



Meia Noite em Paris revela um Woody mais divertido, menos preocupado, mais despretensioso, muito nonsense e com um alter ego que fala diretamente da boca de seu criador. Mais uma visão esquizofrênica e divertida do cineasta para a Europa.
DISPONIVEL: http://www.cinepop.com.br/criticas/meia-noite-em-paris_101.htm


UM ELOGIO AOS ESCRITORES, PINTORES E ARTISTAS DOS ANOS 30.... QUE COMPLETAM A SOLIDÃO DE UM INDIVÍDUO CONTEMPORÂNEO. pARABENS wOOD aLLEN, MAIS UMA VEZ ME FEZ SAIR FELIZ DO CINEMA




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