segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Riachello e a Comunicação Integrada



DE PEÇA EM PEÇA PARA SER A MAIOR DO MUNDO
DIÁRIO DO COMÉRCIO 21/09/09

A formalização, além de ajudar as empresas de varejo que trabalham dentro da legalidade, poderá tornar a Riachuelo uma das maiores fabricantes de peças do mundo. O vice-presidente do grupo, Flavio Rocha (foto), disse que a Riachuelo tem a sua China particular. "Priorizamos o cliente que gosta de se comunicar com a roupa que veste, mas não tem renda para comprar itens de grife. Por isso, criamos, desenvolvemos e vendemos tudo aqui dentro do Brasil". Rocha afirmou que, a próxima novidade, depois de ter contratado o cantor Seu Jorge para ser garoto-propaganda da marca própria Pool, será o lançamento de uma linha de produtos com o nome da cantora Ivete Sangalo: roupas, calçados e lingerie, em novembro. Tudo para ser a maior fabricante de roupas do mundo. Qual a cara hoje da Riachuelo?
O varejo brasileiro está vivendo um ano muito bom. Eu acho que o próximo passo do setor será o choque de formalização. Assistimos, nos últimos anos, um processo nesse sentido da economia como um todo. Em um espaço de tempo curto, alguns setores saíram da enorme informalização para a formalidade quase absoluta. Foi assim na construção civil e na microinformática, por exemplo. O governo sabiamente reduziu a carga tributária desses setores, dando ao player formal a condição de brigar com igualdade. A sensação, que dá otimismo, é que o comércio varejista, principalmente o de moda, o têxtil, será o próximo a ser "contaminado" pela formalização. Os mecanismos estão aí: nota fiscal eletrônica, o sped fiscal, a maior incidência do cartão de crédito, uma atuação mais firme das autoridades fiscais, porque pior do que criar uma carga tributária é não cobrar o imposto devido do player informal. Essa iniquidade concorrencial é, às vezes, tão perversa quanto à carga tributária. Há 40% de imposto numa calça jeans, que custa R$ 19,90, e os vizinhos vivendo num paraíso fiscal.
Tem o fato ainda de o setor ser dividido em duas bandas. Ambas são ineficientes por diferentes motivos. A banda da formalidade, porque paga a conta total. A carga tributária nominal é altíssima, de 36%, e se torna maior quando medida sobre quem paga. Ou seja, o encargo é mais pesado sobre aqueles que pagam impostos. Então você tem uma banda ineficiente, que paga o imposto, a cruz tributária total, mas que perde a competitividade e fica desestimulada para investir. E tem a outra banda, da informalidade, que sofre da síndrome de Peter Pan, que não pode crescer porque ficará mais visível às autoridades fiscais, não tem acesso ao mercado de capitais ou ao crédito. É ruim para todos os lados. Para se ter uma ideia, o setor de vestuário produz 7 bilhões de peças por ano. Se somarmos as empresas formais, como Renner, Riachuelo, C&A, Marisa, teremos um montante de produção de mais de 100 milhões de peças. Levando em conta também os menores, é possível listar 700 milhões de peças. O líder de mercado tem em torno de 1,5% e 2% de market share. Eu acredito que nesse processo de formalização se abre um espaço para existirem empresas de 10% de market share. Como isso pode beneficiar a Riachuelo?
Vai beneficiar imensamente, é o caminho que escolhemos. Uma empresa com 10% de market share do Brasil será a maior empresa de vestuário do mundo. Hoje essa empresa é a Zara, com a produção de 400 milhões de peças. Um empresa com 10% do market share do País será responsável pela produção de 700 milhões de peças. Está aberta a porta para se formar, aqui no Brasil, a maior empresa desse setor no mundo. Neste ano a Riachuelo fará 100 milhões de peças. Quem é o público da Riachuelo? O mundo do vestuário sempre esteve dividido em dois polos. O topo, o consumidor típico de moda, que tinha renda e informação, e, de outro lado, havia a pessoa sem renda e informação que buscava preço. Nos últimos quinze anos, a democratização da informação se acelerou mais ainda do que a da renda. A distribuição de renda aconteceu recentemente. Isso criou um terceiro perfil de consumidor. O que tem informação, mas não possui renda. Ele foi picado pela mosca azul, pelo desejo de se expressar por meio da roupa. Só que não tem orçamento para ser um consumidor típico de grife. Esse é o segmento que mais cresce no Brasil. Através do cartão Riachuelo, que é usado em 70% das nossas vendas, detectamos que 70% dos clientes têm renda familiar de até R$ 1 mil. E 60% têm renda de até R$ 500. A arquitetura de negócios da Riachuelo é verticalizada, integrada. Como será o ano de 2009 para a Riachuelo?
Não tivemos nenhum trimestre com involução. Pelo fato de a empresa estar no segmento de renda que mais se beneficia da democratização do crédito, pela presença no Norte e no Nordeste e pela utilização do modelo diferenciado – o fast fashion – ultrapassamos a crise com galhardia. E as perspectivas para o segundo semestre são ainda melhores. O que é mais predatório para a Riachuelo? A inadimplência, a informalidade, a concorrência desleal ou a carga tributária? A inadimplência está sob controle. Temos queda de 2%. É de 9%, hoje, e foi de 11% em dezembro de 2008. Para controlar a inadimplência, compramos softwares estatísticos que deram inteligência estatística ao nosso call center, um dos maiores do Brasil. Lá em Natal temos 1,5 mil funcionários nesse departamento, que fazem a parte de cobrança. A informalidade é o maior problema, junto com a alta carga tributária. O tamanho da injustiça é proporcional à carga tributária que se cobra do formal. Essa combinação é perversa. Uma das maiores cargas tributárias do mundo convivendo lado a lado com o paraíso fiscal. Serão abertas novas lojas?
Sim. O aspecto psicológico da crise atrapalhou um pouquinho na prospecção de novas unidades. E houve também o adiamento de alguns projetos. Mas fecharemos 2009 com a inauguração de seis lojas, em várias regiões, com prioridade em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2010 teremos dez novas unidades. Para nós, que temos modelo integrado, não significa apenas abrir uma loja, é necessário planejamento. Cria-se uma loja, uma confecção, tecelagem, toda uma cadeia. Para cada emprego gerado em loja, são necessários dois em fábrica. O grupo todo tem 35 mil funcionários. E teremos mais 12 mil temporários, num total de 47 mil. O varejo é um ótimo gerador de mão de obra intensiva. Nós brincamos dizendo que temos nossa China particular. Criamos um modelo no qual foi possível oferecer um preço atraente para o consumidor, mesmo em relação aos itens da China, e quando o assunto é moda, também temos sucesso, por conta da criatividade.
O segredo, para quebrar este conflito entre o consumidor de moda e o que busca preço é a escala. Você consegue atender o segmento intermediário que está sensível ao processo da moda, aumentando a escala. É possível diluir o alto investimento em pesquisas, desenvolvimento de produto, prospecção de comportamento em números maiores. Há uma novidade também em relação à financeira própria da Riachuelo, a Midway?
A tarefa da Midway é otimizar o aproveitamento de um produto importante da empresa, o cartão de crédito. Temos uma carteira com 15 milhões de plásticos. A Midway, que hoje faz o financiamento das compras dos clientes, será responsável, em janeiro de 2010, pelo bandeiramento dos cartões, nosso produto financeiro mais importante. Os clientes poderão optar pela conversão de cartões para a bandeira Visa ou Mastercard, com as quais já temos contratos de operação. A partir do ano que vem, o plástico poderá ser utilizado em qualquer loja. A Riachuelo já convidou o cantor Seu Jorge para ser o "garoto-propaganda" da marca Pool, que agora é da empresa. A próxima será a cantora Ivete Sangalo?
A Pool era top nos anos 80 e queremos retomar os atributos que estavam presentes na marca, como juventude e modernidade. Por isso, da verba total em publicidade, 30% vão para a Pool. Isso vai acelerar o seu processo de rejuvenescimento. A campanha ousada, que está no ar, não poderia ser feita para a Riachuelo. A cantora Ivete Sangalo personifica todos os atributos que nós queremos para a marca, de brasilidade, de alegria e sensualidade. Ela vai assinar uma marca, mais com cara de verão, com roupas, calçados e lingerie. As peças estarão nas lojas em novembro, quando a estratégia será lançada.

fonte: cliping ;GIS MARKET PESQUISA DE MERCADO

PROPAGANDA SUSTENTÁVEL


TAMBÉM CONSTATAMOS UM ARTIGO SOBRE A BOA PROPAGANDA INFANTIL.

Propaganda infantil sustentável 27/01/2009

FONTE: http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/NoticiaIntegra.aspx?id=5822&origem=23
Por Ricardo VoltoliniEm meio a um cenário de névoas geradas pela crise econômica mundial, janeiro traz uma boa nova para pais, mães, organizações da sociedade civil especializadas em crianças e ativistas da responsabilidade social empresarial. Passa a vigorar, a partir deste mês, um compromisso fechado por algumas grandes indústrias multinacionais de alimentos de obedecer a regras mais restritivas em relação à propaganda dirigida a crianças.Este acordo - convém lembrar - foi selado em 2007, após a assinatura na Europa de um termo de compromisso chamado EU-Pledge. Por meio dele, empresas como Nestlé, Kellogg`s, Coca-Cola, Pepsico, Danone, Kraft, Unilever e Burger King europeia se comprometeram a, por exemplo, não mais fazer publicidade em canais infantis para crianças até seis anos, voltando seu arsenal de mensagens comerciais aos pais - quem, na verdade, deve decidir sobre a compra de produtos e serviços. Para crianças acima dessa idade, as campanhas seguirão cuidados básicos, há muito tempo reivindicados por psicólogos, educadores e ONG’s: além de incentivar a alimentação saudável e a atividade física, as peças de comunicação não devem reduzir a autoridade dos pais, nem confundir as crianças sobre os benefícios do produto, muito menos criar um senso de urgência quanto ao seu consumo. Personagens de programas serão abolidos. Espera-se assim evitar que a publicidade produza expectativas exageradas ou dificulte ao pequeno telespectador distinguir o conteúdo real do produto e o recurso de fantasia da propaganda em si.Ninguém tem dúvida de que tal conjunto de medidas é oportuno, embora chegue com algum atraso. Há mais de uma década, especialistas de diferentes campos de conhecimento defendem a restrição à propaganda infantil para crianças até 12 anos de idade, apoiados em estudos que mostram o óbvio, o que qualquer executivo ou publicitário, sendo ou não pais, sabem por experiência: em processo de desenvolvimento cognitivo e emocional, as crianças não possuem maturidade suficiente para julgar e discernir sobre o teor das mensagens publicitárias. Assim, são facilmente empurradas a um consumismo reativo e sem crítica cujos efeitos já podem ser notados no aumento dos índices de obesidade, na erotização precoce e até na dependência de álcool e drogas.Pesquisa realizada em 2007 pela TNS Interscience, sugestivamente denominada KidsPower, revelou que 83% das crianças brasileiras são influenciadas pela publicidade. Depois dos anúncios de TV, a associação de produtos com personagens famosos e as embalagens atrativas consistem nos fatores que mais impactam o consumidor infantil. Uma criança brasileira passa em média quase cinco horas diárias em frente à televisão, exposta a uma programação de qualidade duvidosa e a toda sorte de estímulos comerciais, muitas vezes nocivos à sua saúde física e emocional. Qualquer cidadão de alma pura que se dispuser a ler sobre o tema na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e Adolescente e no Código do Consumidor vai encontrar elementos que repudiam a propaganda infantil.Com tantas boas razões, uma prática insustentável como esta, já deveria ter sido abolida pelo menos entre as companhias que há 10 anos se dizem socialmente responsáveis (nunca é demais lembrar que o indicador 29, dos Indicadores Ethos, um dos primeiros instrumentos de auto-análise do comportamento de responsabilidade social, trata especificamente deste tema). Então por que apenas agora ela começa a ruir? A resposta é simples: precaução diante do crescente receio de que uma combinação previsível de regulamentação e autorregulamentação severas acabe de vez com a propaganda de alimentos para crianças, como já ocorreu com os cigarros. De um lado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) faz enorme barulho com uma consulta pública que tem como objetivo regular o assunto. De outro, o bravo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação) aumentou sua vigilância, cumprindo o importante papel social que lhe cabe de defender os interesses da sociedade contra eventuais abusos da indústria da propaganda.No exercício de suas funções, ambos os órgãos incorporam, na verdade, os anseios éticos dos cidadãos consumidores deste novo milênio. A mudança da indústria rumo a uma comunicação mais responsável responde, portanto, a uma pressão maior por parte da sociedade que já não admite, como em outros tempos, ser alvo de estratégias comerciais agressivas, mentirosas e manipuladoras.Resta saber se as boas intenções vão sair do papel do compromisso EU-Pledge - Nestlé e Kellogg’s já admitem mudanças de rota em suas campanhas brasileiras - ou se os mesmos interesses que, em passado recente tentaram defender a prática escorados em argumentos convenientes como o do direito à livre expressão, vão reaparecer camuflados sob novos discursos.Em 2007, pesquisa da TNS Interscience mostrou que publicidade influencia cerca de 83% das crianças brasileiras.Ricardo Voltolini - Publisher da revista Ideia Socioambiental e diretor da consultoria Ideia Sustentável.ricardo@ideiasustentavel.com.brwww.ideiasocioambiental.com.br© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.Gazeta Mercantil, Opinião, 20/1/2009Link:
http://gazeta.com.br/GZM_News.aspx?parms=2295260,509,20,1

A DE FESA DA PROPAGANDA INFANTIL...











TAMBÉM HÁ O ESPAÇO PARA A DEFESA DA COMUNICAÇÃO INFANTIL, POR PROFISSIONAIS DE COMUNICAÇÃO. COMO SEMPRE OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO TEM A RESPONSABILIDADE DE ABRIR ESPAÇO PARA O ASSUNTO. VALEU ESTADÃO




Propaganda infantil em debate
por Thalita PiresAuthor->prefered_name() -->, Seção:
Assunto do dia 14:14:50.
THALITA PIRES
O mercado publicitário sabe: as crianças influenciam as escolhas dos pais na compra de praticamente todos os produtos à venda, de comida a carros. De olho nessa fatia vulnerável de consumidores, as propagandas são cada vez mais sofisticadas e com mais apelo para o público infantil.
A influência da propaganda nas crianças é questionada por entidades de defesa do consumidor. De acordo com elas, é impossível garantir que a criança de até 12 anos de idade entenda totalmente a separação entre publicidade e programação ou conteúdo editorial. “É uma questão biológica, pois as crianças estão em fase de desenvolvimento. Elas são muito literais, entendem as coisas tal como são apresentadas”, explica Isabella Henriques, da ONG Criança e Consumo.
“Quando um apresentador de programa infantil e um personagem de desenho são usados em propagandas, as crianças não sabem diferenciar o que mostram no anúncio do programa que costuma assistir. Isso influencia seus hábitos e escolhas”, afirma Marcos Pó, assessor técnico do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Por isso, elas seriam mais influenciáveis às propagandas do que os adultos, que já sabem que existem relações comerciais por trás de cada anúncio. “Entendemos que propagandas para crianças são abusivas porque se valem de sua ingenuidade”, diz Pó.
Já Gilberto Leifert, presidente do Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar), acredita que a publicidade para crianças pode ter um papel educativo. “O Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária recomenda que a publicidade seja um fator coadjuvante na formação de crianças, respeitando a ingenuidade e inexperiência dos menores. Essas recomendações são contribuições muito mais efetivas à formação dos futuros consumidores do que a simples proibição das mensagens”, afirmou em nota.
Essa posição é polêmica. “A publicidade não tem nenhuma função educativa e sim comercial. Se o setor publicitário se dispuser a educar não vai fazer direito, porque não é essa sua função”, diz Marcos Pó.
Para João Motta, professor de marketing infantil da Escola Superior de Propaganda e Marketing, a saída é o equilíbrio. “Acabar com a publicidade seria arriscar deixar o consumidor sem informação, mas também é necessário impor restrições para a publicidade infantil. O caminho é a regulamentação, não a proibição”, acredita.
Entidades querem regulação
Idec e a ONG Criança e Consumo enviaram na semana passada a diversos organismos do governo federal um pedido de regulamentação da propaganda de alimentos voltada para crianças. O pedido foi enviado para o presidente Lula, ao Ministério da Saúde, à Anvisa, à Câmara e ao Senado
A principal proposta é regulamentar a publicidade de alimentos com altos teores de gordura, sódio e açúcar. Esses produtos foram escolhidos por conta dos índices de obesidade no Brasil. A última Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada pelo IBGE mostra que o excesso de peso atinge mais que 15% da população de crianças entre 10 e 19 anos. “A obesidade é um assunto importante demais para ser deixado de lado”, diz Marcos Pó.
O pedido das entidades faz parte de uma campanha realizada pela Consumers International (CI), entidade que agrega órgãos de defesa do consumidor de todo mundo, lançada em 15 de março, para restringir a publicidade de alimentos não saudáveis para crianças.
A auto-regulamentação do Conar para alimentos infantis diz que a peça deve “abster-se de qualquer estímulo imperativo de compra ou consumo.” Para Isabella Henriques, da ONG Criança e Consumo, isso não basta. “O Conar é ótimo, mas deve haver regulação do Estado”, acredita.



VAMOS REPENSAR E COMENTAR O ASSUNTO, FAZEMOS PARTE DESSA SOCIEDADE DE COMUNICAÇÃO.

Mais um artigo sobre crianças X propaganda

MAIS UM ARTIGO PARA REPENSARMOS NOSSA OBRIGAÇÃO, COMUNICAÇÃO E ÉTICA COM AS CRIANÇAS.




Fonte: http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Biblioteca.aspx?v=1&art=71
Infância roubada - Rachel Biderman
A proposta do consumo sem limites atinge em cheio o inofensivo público infantil. Não há regras no Brasil que imponham restrições ao marketing de produtos para crianças e adolescentes. A vulnerabilidade dos jovens é explorada à máxima potência nos mais diferentes meios de publicidade. Nossas casas, escolas e espaços públicos são invadidos por mensagens. Nada ou pouco se faz para proteger as crianças desse assédio.Inúmeros projetos de lei tramitam, sem sucesso, no Congresso, propondo limites de horários, conteúdo, enfim, uma mínima regulação para garantir menor invasão da mente infantil por constantes torpedos estimuladores do consumo sem fim. Em muitos países europeus e escandinavos, a publicidade para crianças na TV - meio mais eficaz para fins de retorno de mercado - já está banida na maior parte do dia e da noite, períodos em que as crianças se encontram acordadas. Evidente que já foi encontrada uma forma de contornar essa limitação, na medida em que grande parte dos programas infantis se tem transformado em vetor do consumismo, pois dessas produções advém uma série de produtos baseados em seus personagens. Trata-se de uma luta sem trégua.O público infantil não é apenas alvo de propaganda para consumo imediato. As crianças são, desde cedo, estimuladas para que se tornem futuros consumidores de bens, destinados ao público adulto. Sua fidelidade prematura às marcas é promovida ostensivamente. Os meninos são estimulados desde pequenos a idolatrar o carro, as meninas, a moda. Os jovens são chamados ao mundo do consumo em busca de acesso ao prazer ilimitado, pelo chamariz da eletrônica, da música, do cinema.Susan Linn, autora do livro Crianças do Consumo, traduzido e publicado no Brasil pelo Instituto Alana, é crítica contundente dos abusos perpetrados contra esses públicos. Cita o problema da obesidade infantil nos EUA, já inserido na categoria de problema de saúde pública, como intimamente relacionado aos abusos do marketing em torno do consumo de fast food. Adverte que a indústria da propaganda põe a culpa nos pais por não orientar seus filhos, para se livrar das crescentes acusações ¿ e até processos judiciais-, que têm sofrido. Ora, como podem os pais proteger seus lares e a mente de seus filhos de tão avassaladora tormenta?Historicamente, diversos autores têm alertado a sociedade sobre o fetiche da mercadoria, da sociedade de imagens, e os riscos inerentes ao hiperconsumismo. Adorno advertia já na década de 1960 a respeito do risco da constituição da indústria cultural. Seu alerta se confirma. Hoje, o cinema 'mainstream' não é nada além de um produto desfrutado em salas confortáveis, acompanhado de guloseimas altamente calóricas, cujo consumo não se esgota em sua projeção, mas continua nos infinitos bens gerados a partir da temática de uma suposta história inocente. As lanchonetes de fast food associam-se a essa indústria, atrelando a venda de lanches à aquisição de brinquedos projetados com base no filme. Um programa 'perfeito' para quem sai das salas de cinema. Impossível hoje imaginar um blockbuster para público infantil, que não venha acompanhado de toda sorte de bugigangas, que incluem brinquedos, roupas, doces, acessórios. É de pasmar: até livros são vendidos nas mais sérias livrarias dos grandes centros urbanos contando a historinha desses filmes.Os pais ficam rendidos. Susan Linn adverte que a indústria do marketing vem se sofisticando, assessorada por psicólogos de fina estirpe, que estudam as mais diversas nuances da vulnerabilidade infantil e paterna. Chegou-se ao cúmulo de classificar os tipos de pais, segundo sua maior ou menor propensão a ceder à pressão dos filhos. Consideram indulgentes, os pais que cedem a qualquer pressão; companheiros, os que querem se divertir com as crianças; conflitantes, os divorciados ou solteiros, cujo ato de compra serve para aliviar culpas; e a categoria 'necessidades básicas', são aqueles capazes de se esquivar dos apelos. Com isso, os profissionais de marketing procuram entender como melhor direcionar as mensagens publicitárias, para garantir que a amolação das crianças surtirá o efeito desejado.A indústria de fast food é um caso emblemático na construção do imaginário infantil. Uma autora brasileira que merece menção e respeito é a professora Isleide Fontenelle, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas, que vem estudando profundamente a ligação entre subjetividade, consumo e a sociedade das imagens. Em seu livro O Nome da Marca, Isleide explora a construção da marca McDonald's e como esse projeto comercial de sucesso forjou um modelo de consumo associado à exploração do público infantil, desde que incorporou às suas estratégias de vendas a figura do palhaço Ronald. Acredito que há medidas que podemos tomar enquanto cidadãos, pais, educadores, para dar cabo da exploração comercial das crianças. Não é possível em sã consciência admitir que a publicidade possa ser algo bom para elas. Criar os consumidores do futuro não pode ser mais importante do que educar os cidadãos do futuro.Rachel Biderman, advogada, coordenadora-adjunta do Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP-FGV, doutoranda em Administração Pública e Governo - EAESP-FGV, mestre em Ciência Ambiental pela USP, mestre em Direito Internacional pela Washington College of Law- American University, EUA.Portal Terra, Economia Sustentabilidade, 1/12/2008, gerada às 10h50Link:
http://invertia.terra.com.br/sustentabilidade/interna/0,,OI3360150-EI11558,00.html




LEIA E TIRE SUAS CONCLUSÕES

Cuidado. Vamos falar sobre propaganda infantil!


Estas informações são do site ALANA - preocupada com a propaganda e as crianças.



http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/NoticiaIntegra.aspx?id=5023&origem=23

Limitar a publicidade infantil 23/04/2008
No último dia 15 de março, quando foi comemorado o Dia Internacional do Consumidor, a Consumers International, entidade que articula ações de órgãos de defesa do consumidor de diferentes nações do mundo, decidiu não deixar a data passar em brancas nuvens e lançou uma campanha que defende restrições na exibição de propagandas de alimentos considerados não saudáveis e que tenham as crianças como público-alvo. A iniciativa foi prontamente apoiada por organizações não governamentais e instituições que atuam na área dos direitos da infância e da juventude no Brasil.Por aqui, autoridades ligadas à gestão da saúde receberam inicialmente um manifesto que solicita a imposição de limites mais rígidos para esse tipo de comunicação. Ao receber o documento, a Presidência da República e o Ministério da Saúde, além de órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, lembraram que já está em tramitação no legislativo brasileiro um projeto de lei, de autoria do deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT), que trata justamente da obrigatoriedade das embalagens de alimentos fornecerem avisos sobre a quantidade de açúcares, de sal, de sódio e de gorduras e dos riscos que o consumo excessivo dessas substâncias pode trazer. A proposta, se aprovada pelos parlamentares, deverá ainda proibir a veiculação de informações sobre qualidades e benefícios que o produto de fato não seja capaz de oferecer, impedindo ainda a participação de atores famosos e de personalidades públicas nos anúncios e comerciais desses alimentos. O projeto sugere por fim que seja desestimulada a distribuição de brindes e de brinquedos junto com os alimentos.Todo esse esforço tem como objetivo alertar a sociedade para os riscos que a publicidade pode trazer para as crianças. Carlos André Migliorini é publicitário e coordenador de Comunicação e Pesquisa do Projeto Criança e Consumo, uma das iniciativas mantidas pelo Instituto Alana, ONG que defende a inclusão social e os direitos das crianças. Ele explica que esses perigos vão desde “problemas de saúde, como a obesidade, até um desenvolvimento emocional conturbado, que promove, por exemplo, a erotização precoce e o estresse familiar”.O alerta faz sentido: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015 haverá 2,3 bilhões de pessoas obesas no mundo. Atualmente, cerca de 177 milhões de crianças já estão com sobrepeso, situação que sabidamente pode causar problemas ortopédicos, reumatológicos e psicológicos nos pequenos, aumentando a probabilidade de, quando adultos, desenvolverem doenças cardiovasculares, além de tornaram-se mais propensas ao diabetes, infarto, hipertensão e derrames.Situação preocupanteNo Brasil, a situação ganha contornos também preocupantes. Em São Paulo, por exemplo, 30% dos alunos da rede pública estão acima do peso, segundo pesquisa publicada em março de 2006 no International Journal of Pediatric Obesity. No Rio de Janeiro, estudo realizado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) mostrou que entre os alunos de 10 a 19 anos de uma escola pública, 15,6% estavam acima do peso recomendado para a sua faixa etária, e quase 12% eram considerados obesos. Como comparação, e para que se possa ter uma compreensão mais ampla do cenário, vale lembrar que, nos Estados Unidos, 17% dos estudantes estão acima do peso ou são obesos.Nessa mesma linha, o Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor realizou uma pesquisa entre o final de 2006 e o início de 2007 sobre o marketing dos alimentos não saudáveis. As conclusões do trabalho indicam que a venda desses alimentos é pautada pela entrega de brindes, uso de imagens fantasiosas e de personagens infantis para atrair a criança. O detalhe problemático é que, de acordo com o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor, "é proibida toda publicidade enganosa ou abusiva que (...) se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança". Também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe a publicidade infantil.Outra pesquisa, dessa vez realizada na Nova Zelândia, associa diretamente a obesidade ao hábito de assistir à televisão. Em entrevista à revista Ciência Hoje de outubro de 2005, o médico Robert Hancox, pesquisador da Universidade de Otago, revela que, ao monitorar o Índice de Massa Corporal (IMC) e os hábitos de 976 crianças dos 3 aos 15 anos de idade, sua equipe encontrou resultados que mostram que, quanto maior o tempo médio passado diante da TV, maior era o IMC dos meninos e meninas. E ressalta que não é só a redução na quantidade de atividade física que faz aumentar a gordura corporal. A TV, de acordo com Hancox, tem uma programação que estimula hábitos não saudáveis de alimentação, e a obesidade seria uma conseqüência disso.Limites à comunicação mercadológicaPor isso é que a carta assinada pelo Instituto Alana e pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e enviada a autoridades brasileiras ratifica a proposta da Consumers International de se criar um código internacional comum que imponha limites à comunicação mercadológica para crianças, como estratégia para combater a obesidade infantil e às doenças a ela associadas. Migliorini destaca que “o documento proposto pelas entidades proíbe que a publicidade de alimentos e bebidas pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio, seja veiculada entre as seis e 21 horas no rádio e na televisão e em qualquer horário nas páginas da internet”. Segundo ele, a idéia é criar um espaço que respeite o desenvolvimento infantil. E para que isso aconteça é preciso regular a publicidade – em suas mais variadas formas – que tem como alvo a criança. Ele ressalta que essa discussão remete diretamente ao ideal que temos de cidadania e à pergunta que todos devem se fazer ao lidar com uma criança: que cidadão estamos querendo formar?A ação dessas entidades, portanto, não se restringe à publicidade de alimentos, embora essa seja uma estratégia fundamental. O grande foco é a relação da criança com o consumo e de que forma essa combinação permeia suas outras aspirações. Para o coordenador do Projeto Criança e Consumo, a publicidade é, hoje, a principal fonte de referências e de valores para a sociedade. Segundo o especialista, seja nas propagandas impressas, em áudio ou em vídeo, é nessas mensagens que a sociedade se vê retratada e é ali também que a população costuma encontrar desvelados seus desejos e sonhos. E por ser uma linguagem sedutora, é preciso estar atento para não cair impunemente nos seus truques “que vendem realidades impossíveis, produtos milagrosos e que contrariam o bem-estar das pessoas”. E se essa é uma realidade para os adultos, imagine para as crianças, reforça Migliorini.A criança que recebe os insistentes estímulos da publicidade para consumir de tudo acaba sofrendo conseqüências delicadas para a sua infância, caso não seja bem orientada e protegida. Um estudo realizado pelo instituto de pesquisas de mercado TNS InterScience mostra que os gastos das famílias brasileiras com os filhos de 4 a 12 anos aumentaram 400% desde 1989. Outra pesquisa, do mesmo grupo, feita com mães e filhos do Brasil, Argentina, Chile, Guatemala e México aponta que, em 2005, 42% dos filhos influenciavam fortemente as compras familiares e, em 2006, esse percentual já havia subido para 52%. Ou seja, no anseio, legítimo segundo Migliorini, de atender os pequenos, os pais acabam comprando alimentos, brinquedos, roupas, acessórios e materiais escolares que as crianças passam a pedir. E essa atitude pode fazer com que caia a quantidade de brincadeiras criativas, que não dependem desse ou daquele brinquedo, mas sim da imaginação infantil. “O problema não é o brinquedo, nós nem somos contra o consumo”, explica Migliorini, “a questão fica delicada quando a criança e seus pais passam a acreditar que só é possível ser feliz se ela tiver aquele brinquedo, que ela nunca mais vai conseguir brincar se não tiver uma determinada boneca”.Trocando em miúdos, tem-se aqui um retrato simbólico bastante significativo da relação afetiva sendo mediada pela relação de consumo, que faria a criança perder a noção dos valores e princípios éticos e cidadãos que realmente importam. E, de acordo com especialistas em desenvolvimento infantil – interpretação apoiada também pelo Projeto Criança e Consumo –, a infância é um espaço de fronteira, que deve ser preservado para que o indivíduo cresça com todas as possibilidades de se tornar um ser humano autônomo. “No consumismo, a pessoa deixa de ser ator para ser escravo. A criança ainda não tem os códigos e as armas para lidar com esse bombardeio de sedução. E o que comumente vemos são crianças e famílias violentadas moralmente”, afirma o publicitário.Publicidade é uma violência?Embora pareça meio fatalista dizer que a publicidade é uma violência, a tese tem lá seus argumentos. Migliorini coloca, por exemplo, que o estresse causado na família quando um filho pede um produto e não há condições financeiras para contemplar esse pedido é um fenômeno a ser mais bem estudado e observado, em função de todos os impactos e transtornos que pode provocar. O publicitário admite que, como um sujeito ainda em formação e não detentor de todos os códigos para lidar com frustrações e ansiedades, a criança tem o direito de desejar um objeto agora – e tem que ser agora – e no minuto seguinte já não o querer mais.Em outras palavras, é justamente para proteger esse direito que a criança tem, de ser criança, com todos os ônus e os bônus dessa fase, que instituições de defesa do consumidor brigam. “O que a publicidade faz é empurrar a criança para fora de uma zona fronteiriça segura, que é a infância. E aqueles meninos têm que lidar com questões que não deveriam fazer parte da infância, ou, pelo menos, não sem limites”, defende. Assim, a proposta do Instituto Alana é, por isso, despertar a sociedade para essa questão, para que a saída da infância seja paulatina e bem cuidada, diferentemente do que a publicidade oferece.Contudo, o especialista sabe que a publicidade sozinha não dita os valores que a criança irá absorver e reproduzir. Existem instituições tão ou mais fortes que a propaganda e que interferem até de forma mais significativa na maneira pela qual a criança encara a vida e estabelece suas relações. Por isso, quando questionado sobre o papel dos pais e da escola na transmissão desses valores, Migliorini responde que deposita nessas duas instâncias e atores sociais sua esperança de ver uma sociedade de indivíduos menos egoístas e consumistas.O especialista sugere que, apesar da excessiva carga de trabalho, os pais criem estratégias para tentar passar mais tempo com seus filhos. “Eu sei que parece discurso, mas aproveitar horas agradáveis com o pai, ou com a mãe, trazendo para o primeiro plano a relação afetiva, pode oferecer grandes benefícios para o futuro cidadão”, propõe. O mesmo, segundo ele, vale para a escola. “É onde também se aprende o valor real das coisas do mundo, então há uma infinidade de discussões que podem ser travadas não para contrariar o consumo, mas para fazer dele um ato consciente e responsável”. (Elisa Marconi e Francisco Bicudo)Site Sindicato dos Professores de São Paulo, 17/4/2008, edição nº 197 link:
http://www.sinprosp.org.br/especiais.asp?especial=197&materia=434


NÓS PROFISSIONAIS DE COMUNICAÇÃO, MAIS DO QUE CRITICAR, NÓS DEVEMOS CONHECER...

sábado, 5 de setembro de 2009

UMA VISÃO NOVA NA COMUNICAÇÃO



UM LIVRO MODERNO, DINÂMICO, COM VÁRIOS TEXTOS QUE ANALISAM DIVERSAS ÁREAS, COMO PLANEJAMENTO, NOVAS MÍDIAS, REDES SOCIAS, COMUNICAÇÃO E LIMIS DA SOCIEDADE.
TEM ATÉ UM TEXTO MESMO. LEIAM...

PLANEJAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS NA COMUNICAÇÃO INTEGRADA
vale comentar e verificar......



Resumo do livro PLANEJAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS NA COMUNICAÇÃO INTEGRADA Esta obra traz conceitos fundamentais sobre organizações, comunicação organizacional, integração da comunicação, planejamento estratégico e planejamento da comunicação e de relações públicas. Procura ser eminentemente prática ao apresentar as principais técnicas da arte de elaborar planos, projetos e programas de comunicação. Ela busca absorver conhecimentos acumulados pela administração, aplicando-os à comunicação organizacional. E demonstra que os profissionais de relações públicas, como gestores dessa comunicação, devem adotar métodos cientí­ficos, agregando valor às suas atividades e contribuindo para que as organizações assumam sua responsabilidade corporativa. Em sua quarta edição, revista, atualizada e ampliada, Planejamento de relações públicas na comunicação integrada pode, na verdade, ser considerada uma obra nova. As mudanças efetuadas na estruturação e no conteúdo da versão original foram substanciais, incorporando as contribuições de uma rica bibliografia produzida nas duas últimas décadas. Autor: Margarida Maria Krohling Kunsch Editora: Summus

terça-feira, 1 de setembro de 2009

COMUNICAÇÃO X CONHECIMENTO



ENCONTREI ESSE TEXTO NO SITEhttp://bizcookies.wordpress.com/2009/08/20/conhecimento-em-rede-x-comunicacao-em-rede/ E TRAGO PARA SER REFLETIDO POR TODOS. AFINAL TEMOS QUE ENTENDER O ALCANCE DA COMUNICAÇÃO E SEUS CONCEITOS BÁSICOS. REPENSAR CONSTANTEMENTE ESSE TEMA É NOSSA TAREFA....





Conhecimento em Rede X Comunicação em Rede20/08/2009
O portal
“Nós da Comunicação” entrevistou Carlos Nepomuceno, jornalista, professor (UFRJ, Facha e Senac), pesquisador e consultor, sobre o tema “Conhecimento em Rede”. Em sua entrevista, Nepomuceno procura explicar o sentido de Conhecimento em Rede. Escolhi um trechinho que define bem o conceito: “Pelo que tenho visto e estudado, há uma relação entre o tamanho da população, a quantidade de informação que circula e a velocidade necessária para que essa informação chegue a todas as pessoas. Há sete bilhões de pessoas no planeta, e o volume de informação é compatível com esse número. Trabalho com a idéia de que hoje existem redes de conhecimento. No passado essas redes eram caracterizadas pelo diálogo, baseado na comunicação oral, uma rede do tipo um para um. Mais tarde, baseada na escrita, com modelo de troca de informações, a rede passa a ser de um para muitos. Na era digital, com a interação predominante, a rede passa ser de muitos para muitos e a distância.”
O que Nepomuceno nos propõe é algo intrigante. O conhecimento humano cresce em bases exponenciais. Segundo o blog
“Bandeirantes e Pioneiros”, o conhecimento que levamos X.000 anos para acumular foi duplicado, em seguida, em X00 anos, depois em X00/2, depois em 50, e agora, em algumas áreas do conhecimento, especula-se que a multiplicação do conhecimento já esteja ocorrendo em 20 anos e quem sabe em quantos anos será amanhã.
Se o conhecimento humano cresce em bases exponenciais, isso significa que se torna impossível concentrá-lo, e muito menos controlá-lo, dentro das fronteiras de uma empresa, de uma universidade e mesmo de um país. Na era do Conhecimento em Rede, os fragmentos de um conhecimento qualquer, vital à sobrevivência do nosso negócio, podem estar espalhados por muitos cérebros ao redor do globo e cada vez mais, felizmente, interligados pela WWW. Ufa, ainda bem, a Internet consegue funcionar como a cola que une todos os fragmentos do conhecimento humano.
Imagine você que se já é difícil coligir o conhecimento relevante, onde quer que ele esteja, mais difícil ainda será distribuí-lo, pois os interessados em cada fragmento de comunicação também estarão espalhados, anywhere, everywhere! Ou seja, Conhecimento em Rede também requer uma abordagem de Comunicação em Rede!
A melhor forma de trocar em miúdos é exemplificando. Imagine o projeto de um novo avião da Embraer. O design será feito com o conhecimento de projetistas brasileiros, residentes em São José dos Campos. Os “avionics” (equipamentos de controle da aeronave) serão desenvolvidos utilizando-se o conhecimento de pesquisadores e técnicos de várias empresas americanas. E a tecnologia dos motores Rolls Royce, será adaptada a partir do conhecimento na cabeça de um inglês. Os clientes então estarão espalhados por todo o mundo. Só que o projeto é único, a base de conhecimento deve ser única, com um único controle.
Num ambiente como esse a estratégia de comunicação, técnica e de negócios, para o mercado e para os colaboradores, deverá ser construída em torno de um único hub de comunicações (imagine uma base de temas gerenciada centralizadamente, mas com conteúdos coletados globalmente). A estratégia de comunicação, por sua vez, deve ser descentralizada, escolhendo-se canais e abordagens diferentes, conforme os públicos-alvo. Exemplos:
Portal de negócios da empresa, para informar ao mercado em geral sobre tendências, tecnologias e produtos.
Um blog corporativo, para expor e debater temas técnicos com a comunidade de pesquisa around the world.
Uma base wiki para compartilhar informações em circuito fechado, com os participantes globais do desenvolvimento.
Estratégias de PR diferenciadas por região.
Mesmas mensagens nas campanhas de vendas globalmente, adaptando-as às linguagens de negócios de cada região.
Reparem que isto não é comunicação integrada. A comunicação em rede é mais complexa e mais sofisticada, pois implica em identificar as fontes de conteúdo e os públicos-alvo, onde quer que estejam. Comunicação em Rede significa integrar o conhecimento para, posteriormente, desintegrar a comunicação. Faz sentido?



AGUARDO SEU COMENTÁRIO ...

O Futebol Brasileiro precisa rever seus torcedores

O texto abaixo deve ser lido e refletido por todos que  gostam e  investem em futebol.  As duas ações ocorridas no final de ...