TAMBÉM HÁ O ESPAÇO PARA A DEFESA DA COMUNICAÇÃO INFANTIL, POR PROFISSIONAIS DE COMUNICAÇÃO. COMO SEMPRE OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO TEM A RESPONSABILIDADE DE ABRIR ESPAÇO PARA O ASSUNTO. VALEU ESTADÃO
Propaganda infantil em debate
por Thalita PiresAuthor->prefered_name() -->, Seção: Assunto do dia 14:14:50.
THALITA PIRES
O mercado publicitário sabe: as crianças influenciam as escolhas dos pais na compra de praticamente todos os produtos à venda, de comida a carros. De olho nessa fatia vulnerável de consumidores, as propagandas são cada vez mais sofisticadas e com mais apelo para o público infantil.
A influência da propaganda nas crianças é questionada por entidades de defesa do consumidor. De acordo com elas, é impossível garantir que a criança de até 12 anos de idade entenda totalmente a separação entre publicidade e programação ou conteúdo editorial. “É uma questão biológica, pois as crianças estão em fase de desenvolvimento. Elas são muito literais, entendem as coisas tal como são apresentadas”, explica Isabella Henriques, da ONG Criança e Consumo.
“Quando um apresentador de programa infantil e um personagem de desenho são usados em propagandas, as crianças não sabem diferenciar o que mostram no anúncio do programa que costuma assistir. Isso influencia seus hábitos e escolhas”, afirma Marcos Pó, assessor técnico do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Por isso, elas seriam mais influenciáveis às propagandas do que os adultos, que já sabem que existem relações comerciais por trás de cada anúncio. “Entendemos que propagandas para crianças são abusivas porque se valem de sua ingenuidade”, diz Pó.
Já Gilberto Leifert, presidente do Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar), acredita que a publicidade para crianças pode ter um papel educativo. “O Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária recomenda que a publicidade seja um fator coadjuvante na formação de crianças, respeitando a ingenuidade e inexperiência dos menores. Essas recomendações são contribuições muito mais efetivas à formação dos futuros consumidores do que a simples proibição das mensagens”, afirmou em nota.
Essa posição é polêmica. “A publicidade não tem nenhuma função educativa e sim comercial. Se o setor publicitário se dispuser a educar não vai fazer direito, porque não é essa sua função”, diz Marcos Pó.
Para João Motta, professor de marketing infantil da Escola Superior de Propaganda e Marketing, a saída é o equilíbrio. “Acabar com a publicidade seria arriscar deixar o consumidor sem informação, mas também é necessário impor restrições para a publicidade infantil. O caminho é a regulamentação, não a proibição”, acredita.
Entidades querem regulação
Idec e a ONG Criança e Consumo enviaram na semana passada a diversos organismos do governo federal um pedido de regulamentação da propaganda de alimentos voltada para crianças. O pedido foi enviado para o presidente Lula, ao Ministério da Saúde, à Anvisa, à Câmara e ao Senado
A principal proposta é regulamentar a publicidade de alimentos com altos teores de gordura, sódio e açúcar. Esses produtos foram escolhidos por conta dos índices de obesidade no Brasil. A última Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada pelo IBGE mostra que o excesso de peso atinge mais que 15% da população de crianças entre 10 e 19 anos. “A obesidade é um assunto importante demais para ser deixado de lado”, diz Marcos Pó.
O pedido das entidades faz parte de uma campanha realizada pela Consumers International (CI), entidade que agrega órgãos de defesa do consumidor de todo mundo, lançada em 15 de março, para restringir a publicidade de alimentos não saudáveis para crianças.
A auto-regulamentação do Conar para alimentos infantis diz que a peça deve “abster-se de qualquer estímulo imperativo de compra ou consumo.” Para Isabella Henriques, da ONG Criança e Consumo, isso não basta. “O Conar é ótimo, mas deve haver regulação do Estado”, acredita.
por Thalita PiresAuthor->prefered_name() -->, Seção: Assunto do dia 14:14:50.
THALITA PIRES
O mercado publicitário sabe: as crianças influenciam as escolhas dos pais na compra de praticamente todos os produtos à venda, de comida a carros. De olho nessa fatia vulnerável de consumidores, as propagandas são cada vez mais sofisticadas e com mais apelo para o público infantil.
A influência da propaganda nas crianças é questionada por entidades de defesa do consumidor. De acordo com elas, é impossível garantir que a criança de até 12 anos de idade entenda totalmente a separação entre publicidade e programação ou conteúdo editorial. “É uma questão biológica, pois as crianças estão em fase de desenvolvimento. Elas são muito literais, entendem as coisas tal como são apresentadas”, explica Isabella Henriques, da ONG Criança e Consumo.
“Quando um apresentador de programa infantil e um personagem de desenho são usados em propagandas, as crianças não sabem diferenciar o que mostram no anúncio do programa que costuma assistir. Isso influencia seus hábitos e escolhas”, afirma Marcos Pó, assessor técnico do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Por isso, elas seriam mais influenciáveis às propagandas do que os adultos, que já sabem que existem relações comerciais por trás de cada anúncio. “Entendemos que propagandas para crianças são abusivas porque se valem de sua ingenuidade”, diz Pó.
Já Gilberto Leifert, presidente do Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar), acredita que a publicidade para crianças pode ter um papel educativo. “O Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária recomenda que a publicidade seja um fator coadjuvante na formação de crianças, respeitando a ingenuidade e inexperiência dos menores. Essas recomendações são contribuições muito mais efetivas à formação dos futuros consumidores do que a simples proibição das mensagens”, afirmou em nota.
Essa posição é polêmica. “A publicidade não tem nenhuma função educativa e sim comercial. Se o setor publicitário se dispuser a educar não vai fazer direito, porque não é essa sua função”, diz Marcos Pó.
Para João Motta, professor de marketing infantil da Escola Superior de Propaganda e Marketing, a saída é o equilíbrio. “Acabar com a publicidade seria arriscar deixar o consumidor sem informação, mas também é necessário impor restrições para a publicidade infantil. O caminho é a regulamentação, não a proibição”, acredita.
Entidades querem regulação
Idec e a ONG Criança e Consumo enviaram na semana passada a diversos organismos do governo federal um pedido de regulamentação da propaganda de alimentos voltada para crianças. O pedido foi enviado para o presidente Lula, ao Ministério da Saúde, à Anvisa, à Câmara e ao Senado
A principal proposta é regulamentar a publicidade de alimentos com altos teores de gordura, sódio e açúcar. Esses produtos foram escolhidos por conta dos índices de obesidade no Brasil. A última Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada pelo IBGE mostra que o excesso de peso atinge mais que 15% da população de crianças entre 10 e 19 anos. “A obesidade é um assunto importante demais para ser deixado de lado”, diz Marcos Pó.
O pedido das entidades faz parte de uma campanha realizada pela Consumers International (CI), entidade que agrega órgãos de defesa do consumidor de todo mundo, lançada em 15 de março, para restringir a publicidade de alimentos não saudáveis para crianças.
A auto-regulamentação do Conar para alimentos infantis diz que a peça deve “abster-se de qualquer estímulo imperativo de compra ou consumo.” Para Isabella Henriques, da ONG Criança e Consumo, isso não basta. “O Conar é ótimo, mas deve haver regulação do Estado”, acredita.
fONTE: http://blog.estadao.com.br/blog/advdefesa/?title=propaganda_infantil_em_debate&more=1&c=1&tb=1&pb=1
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