sexta-feira, 23 de abril de 2010

INTERNET E AS ELEIÇÕES

EIS UM TEXTO PARA SER LIDO E RELEFITO. NÃO PODEMOS FUGIR DO ASSUNTO. ESTA É A PRIMEIRA ELEIÇÃO 2.0
PATRULHAMENTO ONLINE
jornal zero hora



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Já no clima incandescente da campanha eleitoral que se avizinha, o país viveu nesta semana um episódio de constrangimento à liberdade de expressão que não pode ser ignorado por quem se preocupa com o aperfeiçoamento da democracia. Sob pressão do patrulhamento online desencadeado a partir de um twitter gerado pelo coordenador da área de internet da candidata petista Dilma Rousseff, a Rede Globo decidiu retirar do ar a peça institucional que celebrava os 45 anos da emissora e cujo apelo guardava semelhanças com o slogan do tucano José Serra. Embora o vídeo tenha sido produzido em novembro do ano passado, muito antes do lançamento de qualquer candidatura e da criação dos slogans que as sustentam, a Globo optou por não dar pretexto aos adeptos da teoria da conspiração, que preferem dar crédito a qualquer suspeita a buscar a verdade.
Infelizmente, ao mesmo tempo em que promove uma fantástica revolução nas comunicações interpessoais, a internet também proporciona espaço para aproveitadores e irresponsáveis divulgarem insinuações e maledicências. É o que ocorre atualmente em relação à própria candidata do Partido dos Trabalhadores à sucessão do presidente Lula, que vem sendo alvo de uma verdadeira corrente difamatória relacionada ao seu passado de militante contra a ditadura. Valendo-se do anonimato que a web permite, pessoas de poucos escrúpulos difundem informações caluniosas, e desavisados as repassam, como se fossem verdadeiras.

O efeito viral da rede, especialmente das mídias sociais, encarrega-se de dar efetividade ao preceito do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels, de que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Na internet, as mentiras e as invenções acabam sendo repetidas milhões de vezes, com potencial para causar danos a organizações sérias e arruinar a reputação de pessoas inocentes.
As novas tecnologias deram poderes imensos aos indivíduos, que podem ser usados para o bem e para o mal. É saudável que os cidadãos possam operar a rede mundial de computadores para fiscalizar seus representantes, para acompanhar o que acontece no mundo e para interagir com os veículos de comunicação. Mas esta interatividade torna-se perniciosa quando usada para disseminar acusações infundadas, para lançar suspeitas ou para agredir a verdade. A era do patrulhamento online coloca as sociedades democráticas diante de um novo desafio, que consiste em separar o joio do trigo, em administrar sensatamente as pressões coletivas, acatando o que for construtivo, mas também repudiando firmemente as manipulações mal-intencionadas.
Vale tanto para o dossiê Dilma, que circula de forma irresponsável na rede, quanto para o stalinismo online, que tenta constranger profissionais de imprensa, veículos de comunicação, publicitários e opositores políticos.
Esta interatividade torna-se perniciosa quando usada para disseminar acusações infundadas, para lançar suspeitas ou para agredir a verdade.

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