terça-feira, 23 de agosto de 2011

Donos do seu Nariz por Luiz Fernando Verissimo

Cultura – Contos Poemas Poesias – Donos do Seu Nariz – Luís Fernando Veríssimo


2/12/2008

Todos deviam ser donos do seu nariz mas infelizmente isto não acontece. No Brasil o sonho do nariz próprio continua inalcançável para a maioria. Só uma minoria privilegiada é dona do seu nariz. Poucos sabem que 70% dos brasileiros alugam seu nariz. O Governo vem tentando melhorar a situação através dos financiamentos da CEF para a aquisição do nariz próprio, mas com a correção monetária, reajustes, etc. o pobre acaba pagando pelo nariz muito mais do que pode.



Muitos vivem na ilusão de serem donos do seu nariz e na realidade não são. Mesmo os proprietários de nariz não têm direitos absolutos sobre ele. O nariz é um bem móvel. Qualquer transação envolvendo o nariz depende da fiscalização pública. Você descobre que o nariz não lhe pertence quando, por exemplo, pretende viajar para o exterior. Não há nenhum empecilho para você sair do país, ao contrário do que se pensa:
- O senhor tem completa liberdade de ir e vir.
- Sem papelada, sem nada? Posso sair quando quiser?
- Exato. Mas sem o nariz, é claro.

- Como? Eu sou dono do meu nariz.

- Perdão. Seu nariz é uma concessão do Governo. Pertence ao Estado.

- Mas eu não posso viajar sem ele. Somos muito ligados.
- Bem. Para tirar um nariz do país é preciso passaporte, visto de saída, atestado de bons antecedentes, atestado de ideologia do nariz… E o depósito compulsório.
- Quanto
- Os olhos da cara.
Todos os impostos e taxas que você paga ao Governo são pelo uso do nariz. O nariz, na verdade, é a única parte da sua anatomia sobre a qual o Governo tem todo o poder. O Estado não interfere no resto do seu corpo que, no caso de prisão arbitrária, só vai junto porque quer. Foi isso, na opinião de alguns juristas, que tornou o habeas-corpus supérfluo entre nós. E, convenhamos, um haveas-nasalus seria ridículo.



Eu alugo o meu nariz e estou muito satisfeito com ele. Não conheço o proprietário. Pago o aluguel em dia, conservo o nariz em bom estado e não dou ao locador qualquer razão para queixa. Mas, teoricamente, o dono do meu nariz pode reclamá-lo quando quiser. Basta uma denúncia vazia de que eu estou metendo o meu (ou dele, no caso) nariz onde não devo e ele pode reaver o nariz. A situação é irrespirável.



Alguns proprietários de narizes alugados estão sempre vistoriando a sua propriedade. Acordam o locatário no meio da noite para ver como vai o nariz.



- Hum. Deixa ver. Parece bem. Este cravo aqui do lado…



- Vou espremer amanhã mesmo.



- Você limpa todos os dias?



- Por dentro e por fora.



- Olha aí; os óculos estão deixando marca. Não pode.

- Vou cuidar disto. Agora posso durmir? Estou meio resfriado…



- Que tipo de lenço você tem usado? De papel, espero. lenço de pano irrita o nariz. Olhe lá, heim?



Alguns contratos de aluguel são extorsivos. Incluem uma cobrança por espirro, taxa-coriza, etc.

Existe uma espécie de bolsa do nariz onde os grandes proprietários compram, vendem e trocam seus narizes.
- Tenho um nariz bem grande em Petrópolis. Troco por dois pequenos na Zona Sul.

- Nariz novo. Vendo. Estilo grego.

- Compro um afilado. Qualquer zona menos Avenida Farrapos.
- Vendo um achatado, simpático, amplas narinas, na Independência.

- Reformado, como novo, troco por adunco ou arrebitado.
A questão do nariz reformado é, legalmente, um pouco confusa. Quem é dono do seu nariz pode alterá-lo como quiser, desde que obtenha uma licença da Prefeitura. Um bom Pitanguy, hoje, vale uma fortuna. Mas quem aluga o seu nariz e quer modificá-lo deve antes consultar o dono.
- Estou pensando em tirar um pouco aqui, estreitar aqui e baixar aqui.
- Impossível. Não posso permitir. A senhora quer diminuir a área total do meu nariz.
- Mas vai ficar um Tônia Carrero perfeito. Vai aumentar de valor.
- Sei não… Aumentam os impostos…
- O senhor pode aumentar o aluguel.
- Feito.
Os donos do seu nariz têm o poder e não há nada que você possa fazer a respeito. O seu nariz pode ter sido vendido a uma multinacional agora mesmo e você nem sabe.

http://blogmais.org/2008/12/02/cultura-contos-poemas-poesias-donos-do-seu-nariz-luis-fernando-verissimo/ acesso em 23 de agosto

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Escravos da Moda

Exploração de trabalho em condições degradantes em fábrica de fornecedoras da grife Zara em São Paulo mancha reputação da marca espanhola




Flávio Costa





CONTRASTE

Fachada de loja da rede em São Paulo e detalhes da confecção em Americana: trabalhadores

amontoados em meio à sujeira em um espaço sem ventilação tinham jornadas sem descanso




A trajetória ascendente da grife espanhola Zara levou seu fundador, Amancio Ortega, ao posto de sétimo homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 31 bilhões. O frisson provocado pela entrada no mercado brasileiro, em 1999, transformou a marca em item obrigatório no closet das consumidoras de classe média. Mas uma mancha surgiu em meio à tamanha opulência. Na semana passada, fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) descobriram um esquema de utilização de mão de obra escrava em três fábricas de fornecedoras da Zara, em São Paulo, nas quais 68 trabalhadores recebiam poucos centavos por peça produzida em condições subumanas.



O caso rapidamente tornou-se o assunto principal nas redes sociais e um dos tópicos mais comentados do Twitter. Críticas severas, avisos de boicotes e piadinhas como “o diabo veste Zara” se reproduziram de maneira viral. Tragada pelo escândalo, a controladora do grupo, a Inditex, que faturou US$ 15,8 bilhões em 2010, emitiu nota eximindo-se de culpa: “Ao ter conhecimento dos fatos, a Inditex exigiu que o fornecedor responsável pela terceirização não autorizada regularizasse a situação imediatamente. O fornecedor assumiu totalmente as compensações econômicas dos trabalhadores tal como estabelece a lei brasileira e o Código de Conduta Inditex.” A empresa disse estar disposta a colaborar com as autoridades brasileiras.



Mas Zara terá que fazer muito mais para limpar sua reputação, da mesma forma que outras multinacionais do ramo da confecção, envolvidas em exploração de trabalhadores em condições degradantes. “É uma crise de caráter. Os consumidores identificam a empresa com desonestidade, com má-fé. O primeiro erro já foi cometido após a crise: transferir a culpa para fornecedoras”, afirma José Eduardo Prestes, consultor há 12 anos em gestão de crise e professor de pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing. “A proporção que o escândalo atingiu exige que a liderança mundial da empresa, Amancio Ortega, se posicione publicamente.” Segundo Prestes, a empresa deveria mostrar que medidas foram tomadas para sanar o problema.



Palavras não deverão ser suficientes para impedir que os responsáveis pela Zara respondam por ações penais no Brasil, cujo crime de utilização de trabalho escravo está tipificado no Código Penal. A investigação conduzida pelo Ministério Público do Trabalho e pelo MTE começou em maio, na cidade de Americana, interior paulista, onde se descobriu uma oficina com 52 funcionários (46 bolivianos, cinco brasileiros e um chileno) trabalhando em péssimas condições e com remuneração mínima. Metade da produção da fábrica, que foi fechada na época, era destinada à grife espanhola. O resto, segundo a procuradoria, era das marcas Ecko, Gregory, Billabong, Brooksfield, Cobra d’Água e Tyrol, que serão instadas a regularizar a situação. A apuração levou ao descortinamento de toda uma cadeia produtiva, na qual os direitos mais básicos do trabalhador eram desrespeitados. Tornou-se comum, no Brasil, aliciar bolivianos e colocá-los em locais insalubres para a fabricação de vestuário popular. A prática ilegal chegou ao mundo das grifes.



Em duas oficinas, 16 bolivianos amontoavam-se em um espaço exíguo entre enormes volumes de peças, em meio à sujeira, falta de ventilação e com fiação elétrica exposta. Não havia descanso. A jornada diária era de até 16 horas e a remuneração, irrisória. O dono da oficina recebia apenas R$ 6 por calça jeans fabricada. Deste valor, apenas um terço era dividido para os trabalhadores. Na loja, a mesma peça é vendida por R$ 135, em média. No Brasil, a Zara possui 31 lojas e 50 fornecedores fixos. “Os trabalhadores estavam submetidos a condições análogas à de escravo. A Zara é responsável direta, pois toda a produção era destinada à empresa”, afirma Fabíola Junges Zani, procuradora do Trabalho. As multas podem chegar a R$ 1 milhão.

A crise de 2011 é a mais grave de todas

O ESTADO DE SÃO PAULO (SP) • ESPAÇO ABERTO • 20/8/2011
Após o desmoronamento da URSS, o capitalismo emergiu, vitorioso, de 50 anos de guerra fria e parecia destinado a reinar absoluto dali por diante. Era a mensagem do fim da História, do grande pensador Francis Fukuyama.Passados 20 anos, a aposta revelou-se parcialmente falsa. O capitalismo prevaleceu e não existe, nem sequer como utopia, uma alternativa que tenha a mínima credibilidade.
Com a crise de 2008, que representou um golpe duro no setor financeiro, principalmente, começou uma fragilização do sistema político/econômico, o que, por sua vez, conduziu à crise atual. Hoje a relativa incapacidade dos líderes políticos ficou patente. Eles são obrigados a manter os olhos postos nas pesquisas e governar por elas. Sua habilidade é meramente tática, os gigantes de visão estratégica, como Franklin Delano Roosevelt, Konrad Adenauer, Charles de Gaulle ou Felipe González, pertencem ao passado.
O sistema de governança global foi confrontado com uma situação que pôs a nu a sua precariedade, seja pelo incrível espetáculo que foi o recente cabo de guerra do orçamento e da dívida no Congresso americano, seja na cabra-cega de Bruxelas para resolver os problemas das dívidas dos Estados-membros. Tudo o que parecia sólido - a ascensão triunfal dos Brics incluída - se tornou questionável.
A única aposta certa entre os países ricos, hoje, é a Alemanha, com seu alto nível de renda, sua produtividade incomparável, sua homogeneidade social e seus talentos inatos, que permitiram que após a derrota violenta e total de 1945 o país apresentasse nos dez anos seguintes o maior exemplo de recuperação e criação de valor da História das nações.
Mas não é indiscutível que a Alemanha continuará a ser a coluna mestra da Europa e o banqueiro de todos os países que não possuem suas virtudes ou sua disciplina. Hoje ela é primus inter pares na Europa e cada vez mais exerce o poder que daí decorre sem as cautelas e os temores do passado. É óbvio que a Alemanha tem enorme interesse no construção europeia, da qual é a maior beneficiária. Mas as opiniões dos eleitores alemães não obedecem a análises apenas racionais e isso poderá obrigar os políticos seguirem os veredictos das urnas ou das sondagens, indicando que a Alemanha não está mais disposta a cobrir todos os excessos e a resgatar os naufrágios de seus sócios irresponsáveis, que se embriagaram de dívidas e de más políticas públicas, como se a União Europeia fosse uma festa interminável para todos.
Os Estados Unidos vivem um de seus piores momentos. Barack Obama mostrou-se muito mais fraco como presidente do que a imensa expectativa que gerou como candidato. O Congresso transformou-se numa arena de enfrentamentos em que inexiste clima para atitudes construtivas e compromissos sobre medidas que interessam a toda a nação. É como se para destruir Obama e os democratas os republicanos radicais do Tea Party fossem até capazes de atear fogo à Casa Branca.
Na recente discussão, o sistema político americano revelou-se disfuncional. John Micklethwaite, editor da grande revista inglesa The Economist, descreveu os partidos americanos como "duas placas tectônicas ideológicas que se movem em direções opostas, aumentam a distância entre si e causam abalos sísmicos". As guerras malsucedidas do Iraque e do Afeganistão representam a terceira ocasião, com o Vietnã, em que todo o imenso poder militar americano não consegue emergir vitorioso, malgrado os enormes custos e todos os meios empregados.
Está hoje patente que os Estados Unidos estão deslizando na ladeira do poder, onde já foram absolutos, embora nada indique que deixarão de ser uma superpotência ou que vão desmoronar como o sistema comunista. Ainda assim, as credenciais americanas persistem. A maior economia mundial, três vezes superior à segunda colocada, Forças Armadas como nunca houve na História, os Estados Unidos são e serão, por longo tempo, uma superpotência. Mas não possuem mais a faculdade de ser, na famosa frase de Madeleine Albright, a "nação indispensável" que dava sempre o tom nas Relações Internacionais.
Na China, o país hoje mais bem posicionado para desafiar a supremacia de Washington, já existe um questionamento - ainda incipiente, mas claro - quanto à supremacia do Partido Comunista. Em que ponto as atuais contestações - em sua maioria, protestos locais de todo tipo - tomarão volume? Ninguém pode prever, só se sabe que tem havido aumentos de efetivos militares em diversas províncias chinesas, em claro sinal de nervosismo de Pequim. Por outro lado, com a desaceleração econômica, haverá dificuldades para seguir absorvendo rapidamente os grandes contingentes de excluídos que ainda estão no interior do território chinês. Crescer a 10% ao ano não pode ser um moto perpétuo. A médio prazo, é difícil que se mantenha a combinação virtuosa de fatores que permitiu a espetacular emergência da China nos últimos 30 anos.



Não sou daqueles que veem os quatro cavaleiros da Apocalipse nos cantos do céu assim que se instala uma crise. Todos os povos acima mencionados passaram por situações muito mais graves - anos de depressão econômica, guerras, sofrimentos e perdas indizíveis - e terminaram por se recuperar.



A crise de 2011 é a mais grave de todas as que ocorreram nas últimas décadas. Mas o mundo sairá dela. É da essência do capitalismo que essas convulsões ocorram - trata-se do processo de destruição criativa de que falava o grande economista austríaco Joseph Schumpeter. Os fatores produtivos combinados das principais economias do mundo, entre as quais, obviamente, está o Brasil, representam uma força imbatível e acabarão por prevalecer. Até que sobrevenha nova crise mais adiante...



professor DA ESPM RIO, FOI MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES NO GOVERNO



FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
http://www.mccomunicacao.com.br/mc/services/clippingm/noticia_email.asp?a=10B2BEA8&b=554062DF&c=20/8/2011acesso em 22 de agosto






Encontro na Câmara vai debater censura em internet e publicidade

O Estado de S.Paulo




As ameaças de censura nas redes sociais da internet e à liberdade de expressão comercial. Essas são duas das discussões pautadas para os debates da 6.ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Expressão, promovida pelo Instituto Palavra Aberta e a Câmara dos Deputados, marcado para esta terça-feira. A discussão sobre a liberdade na internet é uma novidade nos debates da conferência.



O uso da internet para organizar e promover manifestações sociais e a reação dos governos a essa ferramenta impôs a discussão sobre a liberdade nas redes sociais. Patrícia Blanco, presidente executiva do Palavra Aberta, que participará da abertura da conferência, diz que o assunto ganhou relevância a partir das mobilizações registradas na Primavera Árabe, principalmente no Egito e na Líbia, e, há algumas semanas, em Londres, onde os manifestantes combinaram por meio das redes sociais uma série de saques e depredações.



O primeiro-ministro britânico, David Cameron, está discutindo a possibilidade de o governo intervir em alguns serviços de internet, bloqueando a comunicação. "Essa medida nada mais é que uma censura e pode gerar uma crise. Temos muito que discutir sobre como fazer com que a liberdade nas redes sociais não vá para o lado negativo e que não haja nenhum risco para restringir o direito", disse Patrícia em depoimento ao site do instituto.



Censura. A censura judicial imposta ao Estado estará mais uma vez em debate, assim como as ameaças de mais de 200 projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional e que tentam restringir de alguma forma a liberdade de expressão. "As propostas, em sua maioria, focam na liberdade de expressão comercial, que trata do direito das empresas de anunciar seus produtos. O consumidor pode e deve ter acesso a informações e não cabe aos parlamentares regulamentar a atividade", diz Patrícia Blanco.



Além da presidente do Palavra Aberta, participam da abertura do evento o presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS), a ministra Helena Chagas (Comunicação Social) e José Roberto Whitaker Penteado, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).



Painéis. Os dois painéis, com palestrantes e debatedores, são "Avanços e Desafios na Liberdade de Expressão no Brasil" e "Desafios da Liberdade de Expressão na Era da Internet". Os painéis terão como palestrantes e debatedores o diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour; os colunistas do Estado Eugênio Bucci e Fernando Gabeira; o jornalista do caderno Link, Alexandre Matias; os deputados federais Manuela D"Ávila (PC do B-RS) e Eduardo Gomes (PSDB-TO); além de Fernando Rodrigues, jornalista da Folha de S. Paulo, a mestre em Direito pela universidade de São Paulo (USP) Taís Gasparian e o professor da ESPM Emmanuel Publio Dias.


http://www.mccomunicacao.com.br/mc/services/clippingm/noticia_email.asp?a=10B2BEA8&b=55491303&c=21/8/2011 acesso em 22 de agosto


Arenas ESPM cria a campanha da visita de Dalai Lama ao Brasil

Redação Portal IMPRENSA

Este ano o Brasil receberá, em setembro, a visita de uma das personalidades mais reconhecidas e admiradas do mundo, o monge budista e líder espiritual do povo tibetano, Dalai Lama. Para comunicar a sua quarta visita ao país, toda a campanha publicitária foi criada e produzida pelos alunos do laboratório Arenas ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), a partir do tema "A convivência nasce do diálogo que celebra as diferenças".
Com este mote, os estudantes produziram um conjunto de peças que inclui cartaz - a ser divulgado nas redes de contato da comunidade budista, anúncio, postal, livro com a programação, hotsite, e dois vídeos com o objetivo de propagar nos meios onlines a visita da santidade.
A coordenadora do Arenas ESPM e professora Cristina Leão explica que o projeto foi estimulante para os alunos porque eles puderam vivenciar a prática da profissão e acompanharam o processo desde o início com uma minuciosa pesquisa sobre o cliente até a apresentação da campanha. "Produzir a comunicação de um nobel da paz foi mais do que um desafio, foi inspirador".
Lia Diskin, fundadora da Palas Athena, organização que trará Dalai Lama ao Brasil, fala sobre a experiência de ter jovens talentos da ESPM produzindo esta campanha: "Pude perceber um genuíno interesse dos alunos em participar desse desafio, me chamou a atenção a qualidade de escuta de toda a equipe, coisa pouco comum em jovens de sua idade".



http://www.mccomunicacao.com.br/mc/services/clippingm/noticia_email.asp?a=10B2BEA8&b=553A95A0&c=18/8/2011 acesso em 21 de agosto

Mancha será sempre lembrada

Tenho vergonha de vocês". "Nunca mais compro nada nesta loja". Esse tipo de comentário se tornou comum no Twitter e no Facebook nos últimos dias, desde que a Zara e outras seis marcas foram envolvidas em denúncias de trabalho escravo e ilustra a dimensão do dano à imagem das empresas em tempos de redes sociais. "Sempre houve crises, mas as mídias sociais conferem a elas abrangência, penetração e velocidade que não havia antes. O dano à imagem e à reputação das marcas é muito maior", diz o professor de comunicação da crise e consultor em gestão de crises da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Eduardo Prestes.




Ele explica que esses danos podem perseguir as empresas por anos a fio caso a ação para contornar a crise não seja eficaz. Prestes diz que não há um manual para essas situações, mas aponta práticas danosas que estão sendo utilizadas pela Zara. "Não se deve negar os fatos, nem tentar transferir a culpa para parceiros, fornecedores, trabalhadores. Pode-se tentar fazer isso nos tribunais, mas não em público", aponta. Ele lembra que a Zara, a princípio, tentou transferir a culpa pela situação dos trabalhadores para a confecção terceirizada. Segundo ele, o ideal seria a empresa vir a público, se desculpar e posicionar-se claramente contra o trabalho escravo.



O professor de publicidade e propaganda multimídia do Uni-BH, Salomão Terra, também aponta essa postura humanizada como a mais indicada. "A marca não pode se abstrair, deixar os usuários sem resposta. Ela tem que marcar uma posição púbica e, se for pertinente, estreitar a conversa com algum usuário", diz.



Piada. Além das críticas, as denúncias de exploração de trabalhadores em São Paulo renderam muitas piadas nas redes sociais. O "Sensacionalista", um perfil que publica apenas notícias falsas, anunciou o que seria a nova novela nacional: "depois de ‘O Astro’ vem aí um novo remake, ‘A escrava é Zara". Um outro post, de origem desconhecida, se propagou pelo Twitter alardeando um novo filme chamado "O Diabo veste Zara".



Hugo Gloss, conhecido por seus "bons-dias" bem humorados no Twitter, também não perdeu a piada e escreveu ontem de manhã: "bom dia você que descobriu que trabalha na Zara porque estão te fazendo de escravo".















FOTO: MPT/DIVULGAÇÃOEm Americana, 45 trabalhadores são bolivianos e um é chilenoMPT/DIVULGAÇÃOEm Americana, 45 trabalhadores são bolivianos e um é chilenoInvestigaçãoOutras 35 marcas estão sob sUSPeita



São Paulo. No rastro da investigação sobre a Zara, 35 empresas do varejo de moda estão sob sUSPeita de utilizar mão de obra irregular. Desse total, há 20 grandes marcas e 15 lojas do Brás e do Bom Retiro, bairros da região central de São Paulo com intenso comércio de roupas, afirma o auditor fiscal do Ministério do Trabalho, Luís Alexandre de Faria. A base das sUSPeitas são os métodos semelhantes de fluxo de mercadorias.


O TEMPO (MG) • ECONOMIA • 20/8/2011

Trabalho escravo

Mancha será sempre lembrada



Segundo Faria, os nomes não podem ser revelados para não prejudicar as investigações. "Temos de realizar as operações aos poucos porque não temos condições humanas de ir a todos os locais ao mesmo tempo", disse ele.



A Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo já multou pelo menos cinco grandes empresas por trabalho ilegal. Marisa, Pernambucanas, Zara, Collings e FG Confecções foram autuadas em mais de R$ 4,5 milhões. Renato Bignami, assessor da Secretaria de Inspeção do Trabalho, órgão ligado ao Ministério do Trabalho, disse que mais de 200 autos de infração foram registrados desde o segundo semestre de 2009.
 

O show não pode parar

DINHEIRO (SP) • NEGÓCIOS • 21/8/2011


De olho em um mercado de US$ 10 bilhões, o empresário Bazinho Ferraz abre as cortinas da XYZ Live, empresa de shows, eventos e marketing esportivo

Um avião cargueiro e outro de passageiros. Um batalhão com pelo menos 4,5 mil profissionais entre músicos, empresários, assistentes, engenheiros de som, seguranças e motoristas. Se você estiver na plateia dos shows que o superstar americano Eric Clapton fará no Brasil em outubro, antes de “viajar” nos primeiros acordes do músico, lembre-se de que foi preciso mobilizar toda a estrutura descrita acima até o sagrado momento da apresentação. E pode ter certeza, a brincadeira não saiu por menos de R$ 15 milhões, incluindo cachê do artista, aluguel dos espaços para os shows e providências como a comercialização de ingressos. Clapton faz parte de uma extensa lista de artistas de primeira linha trazidos ao Brasil pela mais nova empresa do ramo de entretenimento do País, a XYZ Live, que nasce com receita estimada em R$ 180 milhões em 2011 e projeção de chegar em 2015 com faturamento de R$ 610 milhões.



O montante significa que a nova empresa vai crescer acima dos 35% ao ano. “Espaço para isso é o que não falta”, afirma Bazinho Ferraz, presidente da XYZ Live. Pelos cálculos do empresário, só o mercado de entretenimento no Brasil deve sair do atual R$ 1,5 bilhão para R$ 2 bilhões de receita nos próximos cinco anos, num ritmo de crescimento de 9% ao ano. Nos esportes, os números são ainda maiores. Com estabilidade política e econômica, população jovem e com dinheiro no bolso, o Brasil virou destino obrigatório para os megashows internacionais. Das dez maiores turnês de artistas estrangeiros realizadas na temporada 2010/2011, nada menos que cinco passaram por aqui. U2, Paul McCartney e Metallica são apenas alguns nomes que atraíram multidões para suas apresentações. E é nesse mercado que a XYZ Live quer surfar. Mas não apenas por aqui: na verdade, a empresa de Ferraz está de olho numa máquina de fazer dinheiro, que arrecadou US$ 10 bilhões em todo o mundo, no ano passado, de acordo com a consultoria americana Pollstar, especializada em show biz. Há um verdadeiro leilão das empresas organizadoras desses eventos disputando cada artista, cada show ou festival. Por isso, quem quiser ser mais do que um mero figurante e obter sucesso nesse mercado tem de se associar a uma empresa internacional com forte tradição na área para entrar nos leilões e vencer o páreo. No caso da XYZ Live, esse papel é da Evenpro, empresa com mais de 26 anos de mercado, com sede em Miami, e sócia da XYZ Live nas megaturnês.Quem comanda a Evenpro é o empresário Phil Rodriguez, que convenceu Amy Winehouse a cantar por aqui em fevereiro deste ano. Para quem acha estranho que a XYZ Live coloque apresentações no currículo que aconteceram antes de a empresa nascer, cabe uma explicação. Desde 2006, o paulista Bazinho Ferraz, 39 anos e formado em administração pela PUC de São Paulo, é sócio do grupo ABC, um dos 20 maiores conglomerados de comunicação e marketing do mundo. Até maio deste ano, ele respondia pelo desenvolvimento das áreas de branding e con-teúdo o que envolve desde a realização de shows, eventos e espetáculos à criação de eventos próprios para as empresas. Foi Ferraz quem idealizou o festival de música eletrônica Skol Beats e o Super Casas Bahia, que mistura vendas de eletrodomésticos com shows de personagens da Disney. O XYZ, portanto, era um braço do Grupo ABC. O negócio deu tão certo que o ABC resolveu dar CNPJ e endereço corporativo próprios à XYZ Live. O spin-off, a transformação da unidade de negócio em empresa independente, está acontecendo agora. Além do Grupo ABC, que tem em sua composição acionária os publicitários Nizan Guanaes, Guga Valente e Sérgio Valente, mais o banco Icatu e o fundo de investimentos Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, a XYZ Live negocia a entrada de um sócio investidor, que deverá aportar cerca de R$ 150 milhões. Com esse montante, a empresa continuará com uma forte política de aquisições meio pelo qual Ferraz prevê o crescimento acelerado dos negócios e também das áreas de atuação. A mais recente operação nesse sentido foi a incorporação da paulista Esfera. Dona da marca 02, a Esfera é uma das principais empresas especializadas em organização de corridas de rua do País, um segmento que movimenta nada menos que R$ 3 bilhões por ano com a venda de material esportivo e de patrocínio. Com um mar tão extenso de possibilidades, seria ingênuo imaginar que a atuação da XYZ Live ficará restrita à organização de shows e à comercialização de espaço para patrocinadores. A nova empresa vai atuar em seis frentes de negócios: entretenimento, cultura, conhecimento/relacionamento, esportes, futebol e moda. Não falta expertise nem alianças com os principais nomes de cada uma dessas áreas. O empresário Paulo Borges, responsável pela São Paulo Fashion Week, e Monique Gardenberg, da Duetto Produções e responsável por turnês como as dos Rolling Stones e de Elton John pelo Brasil, são apenas dois exemplos. Na ampla lista de serviços prestados pela XYZ Live há desde a realização de turnês, como a que trouxe a badalada banda americana BlackEyed Peas ao Brasil até o gerenciamento da imagem de craques do futebol como Elano, do Santos, Ramirez, do Chelsea, e Luizão, do Benfica.



Segundo Ferraz, só nessa seara, já há 50 atletas em negociações e em vias de fechar contrato com a XYZ Live. “Também estamos atuando em patrocínios, venda de ingressos, de direitos de transmissão de eventos e merchandising.” O horizonte das aquisições não ficará restrito ao mercado brasileiro. “Vamos entrar fortes na América Latina, sobretudo na Argentina, no Chile e no Peru”, diz Ferraz. As parcerias também não estão descartadas, como a que a XYZ Live acaba de fechar com a americana Creativity Artists Agency, de Los Angeles. Trata-se da segunda maior empresa de compra de shows e de representação de artistas do mundo.



Com o acordo firmado, a XYZ Live passa a representar os clientes da CAA no Brasil e, na mão inversa, terá seus artistas e esportistas representados pela CAA no Exterior. Com o crescente interesse de empresas e artistas estrangeiros pelo Brasil, as alianças com parceiros fortes na área lá fora é uma questão de sobrevivência. Pois, se a perspectiva é de que não faltem negócios para a XYZ Live, certamente também não faltará concorrência. Com o aquecimento dos negócios, sobretudo nas áreas do entretenimento e do marketing esportivo, quem já estava no mercado tratou de se fortalecer. É o caso da Time for Fun, a maior empresa brasileira do setor, que, em abril deste ano, abriu o capital e conseguiu captar R$ 539,3 milhões na bolsa de valores. Hoje, pouco mais de três meses depois da injeção de recursos, a Time for Fun já registra receita na casa dos R$ 580 milhões. No final do ano passado, foi a vez de os grupos RBS, do Rio Grande do Sul, e as Organizações Globo unirem forças para criar a Geo Eventos. Para completar o time, quem entrou recentemente nesse campo foi o jogador Ronaldo Fenômeno, que, antes mesmo de pendurar as chuteiras, já havia oficializado o lançamento da 9ine, empresa de marketing esportivo e gerenciamento de imagem de atletas. No cenário global, a XYZ Live terá de lutar contra titãs para garantir um lugar no palco. As líderes globais do mercado de shows são a Live Nation Entertainment, seguida de perto por outros gigantes americanos, como a William Morris Endeavor Entertainment, de gerenciamento de artistas. A Live Nation Entertainment, resultado da fusão entre a Live Nation e a Ticketmaster, é a principal empresa de shows do mundo, com faturamento de US$ 5 bilhões em 2010. Ela detém contrato com grandes artistas como o U2, controla casas de espetáculos nos Estados Unidos e administra a venda de ingressos. Além da corrida pelos melhores negócios na área, as empresas do setor travam uma árdua batalha pela compra de companhias menores, mas com nomes consolidados no mercado. A Geo Eventos adquiriu o controle da empresa de seminários HSM. Já a Planmusic teve 60% de seu capital arrematado pela Traffic, a maior empresa brasileira de marketing esportivo. Por melhores que sejam as perspectivas de faturamento no mercado de esportes e entretenimento, a pergunta que fica é: há espaço para tantas empresas? “A indústria do entretenimento e do esporte é uma ótima solução para as marcas que querem se aproximar de seu público”, afirma Clarisse Setyon, da Escola Superior de Propaganda e Marketing. E é nisso que Bazinho Ferraz está apostando suas fichas (leia entrevista abaixo). “Nosso espelho é a CAA, agenciadora do Justin Bieber”, diz Ferraz. Ele lembra que o adolescente sensação do momento foi transformado em filme, seriado e tem sua carinha de anjo inocente estampada nos mais diversos produtos. “Não temos a pretensão de ser os primeiros do mercado”, afirma Bazinho. “Mas queremos que cada uma das áreas de atuação traga um pedaço importante do nosso faturamento. Este é o nosso plano de negócios, a exemplo do que faz o Grupo ABC.” Inquieto, ele não esconde que está se preparando para entrar em mais uma negociação para trazer ao Brasil uma daquelas bandas arrasa quarteirão. Mas isso é só para 2012. Por enquanto, a agenda de shows e eventos comandada pela XYZ Live está muito bem servida.



Entrevista: O homem que trabalha nos bastidores O que não falta a Bazinho Ferraz é experiência na organização de shows e eventos. Aos 15 anos, já era o responsável pelas festas dos amigos. A mãe do empresário, dona Maria Aparecida, costuma dizer que o filho nunca lhe deu dores de cabeça. “Embora goste de uma boa balada, Bazinho soube transformar o gosto em um meio de vida”, diz ela. A seguir, a entrevista que o empresário concedeu à DINHEIRO. Quais são os riscos na realização de megashows? É uma operação gigantesca e não se pode errar nos detalhes. E eles não são poucos. Não se pode marcar um show a céu aberto numa época do ano em que são grandes as possibilidades de chuva. A venda de ingressos deve ocorrer próxima às datas tradicionais de pagamento de salários. Você precisa calibrar muito bem o tamanho do espetáculo com o preço do ingresso para não correr o risco de ter prejuízo ou de ter pouca gente na plateia. Mas tudo isso tem de casar com a agenda do próprio artista. Quem assiste a um megaespetáculo não tem ideia do que se trabalhou nos bastidores para chegar até ali. Por que os ingressos custam tão caro no Brasil? Primeiro, por conta da logística de transporte. Para um grande nome internacional se apresentar nos Estados Unidos ou na Europa é muito fácil. Tudo é perto. Um artista como Eric Clapton pode rodar a Europa em uma semana. Aqui não. Aqui as distâncias são enormes e não há infraestrutura de transporte. Isso encarece, e muito, qualquer apresentação. Nos Estados Unidos, um grande show se sustenta sem ajuda de patrocinadores. No Brasil, isso é impossível. Para as empresas, qual é a vantagem em investir grandes somas para trazer ao Brasil um Justin Bieber, por exemplo? Antes de mais nada, é preciso verificar a pertinência entre o artista, ou o evento, e o público que a marca quer atingir. A empresa ou a marca patrocinadora ganham também com a exposição na mídia e, depois, podem usar o evento para ações de relacionamento com quem interessa para elas. Podem levar clientes para uma área VIP num show, como o do Justin Bieber ou do Eric Clapton. Podem fazer promoções para premiar consumidores. Enfim, as possibilidades são enormes e há uma coisa importantíssima nisso tudo: a experiência que a marca ou a empresa vai gerar para o público que quer alcançar, seja ele o consumidor ou um cliente importante. O patrocínio é a única fonte de receita dos eventos? É, talvez, a mais importante. Mas não é a única. Há os ingressos e tudo o que gira em torno do artista. É nisso que estamos trabalhando. Estamos ampliando as possibilidades de explorar um artista, um evento como forma de dar visibilidade às marcas. Sua meta é transformar a XYZ Live na maior empresa de eventos do País? Sinceramente, isso não é o mais importante. Pode acontecer, naturalmente, mas, no nosso plano de negócios, a meta é que cada área da XYZ Live traga um pedaço importante do faturamento. Estamos em marketing esportivo, em shows, eventos empresariais, com a realização de fóruns e seminários, e temos moda, como a São Paulo Fashion Week. Enfim, temos atuação em áreas importantes e, se nos tornarmos os maiores, será mera consequência do trabalho que estamos fazendo e não por ser um objetivo perseguido. Como está a infraestrutura para shows no Brasil? Falta tudo aqui. Não temos arenas, as estradas para deslocar equipe e aparelhagem são ruins. Mas creio que esse quadro se reverterá com as obras que já estão sendo feitas para a Copa do Mundo e para a Olimpíada.
Colaborou Rafael Freire

Escravos da moda


ISTO É (SP) • COMPORTAMENTO • 21/8/2011
Exploração de trabalho em condições degradantes em fábrica de fornecedoras da grife Zara em São Paulo mancha reputação da marca espanhol. A trajetória ascendente da grife espanhola Zara levou seu fundador, Amancio Ortega, ao posto de sétimo homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 31 bilhões. O frisson provocado pela entrada no mercado brasileiro, em 1999, transformou a marca em item obrigatório no closet das consumidoras de classe média. Mas uma mancha surgiu em meio à tamanha opulência. Na semana passada, fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) descobriram um esquema de utilização de mão de obra escrava em três fábricas de fornecedoras da Zara, em São Paulo, nas quais 68 trabalhadores recebiam poucos centavos por peça produzida em condições subumanas.
O caso rapidamente tornou-se o assunto principal nas redes sociais e um dos tópicos mais comentados do Twitter. Críticas severas, avisos de boicotes e piadinhas como “o diabo veste Zara” se reproduziram de maneira viral. Tragada pelo escândalo, a controladora do grupo, a Inditex, que faturou US$ 15,8 bilhões em 2010, emitiu nota eximindo-se de culpa: “Ao ter conhecimento dos fatos, a Inditex exigiu que o fornecedor responsável pela terceirização não autorizada regularizasse a situação imediatamente. O fornecedor assumiu totalmente as compensações econômicas dos trabalhadores tal como estabelece a lei brasileira e o Código de Conduta Inditex.” A empresa disse estar disposta a colaborar com as autoridades brasileiras.
Mas Zara terá que fazer muito mais para limpar sua reputação, da mesma forma que outras multinacionais do ramo da confecção, envolvidas em exploração de trabalhadores em condições degradantes. “É uma crise de caráter. Os consumidores identificam a empresa com desonestidade, com má-fé. O primeiro erro já foi cometido após a crise: transferir a culpa para fornecedoras”, afirma José Eduardo Prestes, consultor há 12 anos em gestão de crise e professor de pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing. “A proporção que o escândalo atingiu exige que a liderança mundial da empresa, Amancio Ortega, se posicione publicamente.” Segundo Prestes, a empresa deveria mostrar que medidas foram tomadas para sanar o problema.
Palavras não deverão ser suficientes para impedir que os responsáveis pela Zara respondam por ações penais no Brasil, cujo crime de utilização de trabalho escravo está tipificado no Código Penal. A investigação conduzida pelo Ministério Público do Trabalho e pelo MTE começou em maio, na cidade de Americana, interior paulista, onde se descobriu uma oficina com 52 funcionários (46 bolivianos, cinco brasileiros e um chileno) trabalhando em péssimas condições e com remuneração mínima. Metade da produção da fábrica, que foi fechada na época, era destinada à grife espanhola. O resto, segundo a procuradoria, era das marcas Ecko, Gregory, Billabong, Brooksfield, Cobra d’Água e Tyrol, que serão instadas a regularizar a situação. A apuração levou ao descortinamento de toda uma cadeia produtiva, na qual os direitos mais básicos do trabalhador eram desrespeitados. Tornou-se comum, no Brasil, aliciar bolivianos e colocá-los em locais insalubres para a fabricação de vestuário popular. A prática ilegal chegou ao mundo das grifes.
Em duas oficinas, 16 bolivianos amontoavam-se em um espaço exíguo entre enormes volumes de peças, em meio à sujeira, falta de ventilação e com fiação elétrica exposta. Não havia descanso. A jornada diária era de até 16 horas e a remuneração, irrisória. O dono da oficina recebia apenas R$ 6 por calça jeans fabricada. Deste valor, apenas um terço era dividido para os trabalhadores. Na loja, a mesma peça é vendida por R$ 135, em média. No Brasil, a Zara possui 31 lojas e 50 fornecedores fixos. “Os trabalhadores estavam submetidos a condições análogas à de escravo. A Zara é responsável direta, pois toda a produção era destinada à empresa”, afirma Fabíola Junges Zani, procuradora do Trabalho. As multas podem chegar a R$ 1 milhão. 

sábado, 6 de agosto de 2011

Pesquisador defende a interdisciplinaridade

O Instituto Claro conversou com Fernando Velázquez, e ouviu o que o artista pensa sobre as relações entre educação, artes, ciência e tecnologia




Credito: Mauro Panini / Portal Instituto Claro


Velázquez faz demonstração de live performance, dinâmica em que o artista interage com suas instalações
Mal subiu ao palco de um centro cultural paulistano para um workshop de arte interativa que conduziria, e o artista multimídia Fernando Velázquez deixou claro para o público ali presente a linha de ensino e aprendizagem que defende. “Esta sala não está no formato ideal, pois o espaço não favorece uma discussão horizontal. Eu estou aqui na frente e vocês aí sentados, e isso nos passa a ideia de que estamos distantes, quando na verdade o que quero aqui é promover uma troca”, observou.

Pesquisador do programa de doutorado em Comunicação e Semiótica da PUC/SP, Velázquez é professor de pós-graduação e faz parte do grupo que reconhece que o papel de quem conduz as salas de aula deve ser mais próximo ao de um orientador do que ao de um ‘oráculo’. Embora esta seja uma linha comum entre professores imersos na cultura digital - como é caso de Velázquez, que se debruça sobre o tema da interatividade mediada pelas tecnologias desde 2003 -, não é um pensamento exclusivo dos tempos atuais. O educador Paulo Freire já escrevera, nos anos 70, que “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” O que há de novo nesse discurso é a forma como as diversas áreas do conhecimento se relacionam na cultura digital e a liberdade que ganham pela possibilidade de realizar conexões em um mundo interconectado.

Velázquez comenta que está sempre em conexão com outras pessoas da sua área e de áreas distintas, e defende o trabalho com equipes multidisciplinares. “Hoje precisamos saber de muitas coisas, e as tecnologias nos ajudam nisso, mas não há como saber tudo de forma aprofundada, o que não significa que não sabemos de nada. Se eu tenho um tema de interesse, vou a fundo, de forma ampla. A partir dele, trabalho com a interdisciplinaridade”, esclarece o artista.

Ele lembra que o conhecimento hoje não está em gavetas, tudo está interconectado, e que a tecnologia está criando um imaginário novo. “As pessoas que querem criar, criam, porque podem descobrir recursos tecnológicos sozinhas, aprendem a programar. Isso vemos em maior parte no pessoal mais jovem. Mas, nesse cenário, vemos que vai diminuindo o preconceito em geral. O artista não é aquele com uma aura, que carrega o glamour. O artista hoje é um pesquisador. E todos podem ser. Eu posso investir em um jovem que faz algo interessante, que eu identifico como arte. Mas, claro, para evoluir, aquele jovem que estava apenas experimentando vai precisar estudar”, destaca.
Fonte: www.institutoclaro.org.br

O Instituto Claro



A Claro acredita que as novas tecnologias da informação e comunicação (TICs) facilitam a vida das pessoas e, somadas ao poder transformador da educação e à força propulsora do empreendedorismo, potencializam o desenvolvimento sustentável. Por isso, o Instituto Claro tem a missão de fomentar:

1 - O empreendedorismo que gera novas formas de aprender pelo uso das TICs.

2 - A formação de empreendedores que inovam utilizando as TICs em suas iniciativas.

O Instituto Claro tem como causa ‘Empreender para Educar e Educar para Empreender’ para contribuir com as necessidades da sociedade contemporânea.



DIRETO DA ESCOLA



Uma questão de consciência



Dia 5 de junho foi o dia do meio ambiente. Muitas pessoas não têm o conhecimento dessa data, e aquelas que têm, não tiveram ainda motivos para comemorar.

A falta de consciência de grande parte da população vem prejudicando o meio ambiente, o que faz uma pequena parte lutar e procurar ajudar a preservar o meio em que vive.

É necessário fazer com que toda a população seja atingida pela reflexão das ações que vêm degradando o meio ambiente e tentar reverter essa situação, antes que seja tarde.

Uma notícia que nos chamou a atenção no mês do meio ambiente, foi sobre as casas na margem da represa de Alagados, que abastece a cidade de Ponta Grossa, pelas quais há uma briga na justiça para saírem de lá. Um caso que mostra uma triste realidade e nos faz refletir sobre a falta de consciência do ser humano sobre o meio em que vive e a fragilidade das leis que não se fazem cumprir. Notícias como essa vêm se tornado comum e parece que nos acostumamos a elas como ‘comuns’.

É urgente a necessidade de conscientização da população em relação à preservação ambiental e uma maior preocupação por parte das autoridades em promover ações que contribuam para isso. O que desejamos e esperamos é ver nos jornais apenas notícias boas sobre o meio ambiente.

http://www.jmnews.com.br/noticias/vamos%20ler/21,11365,02,08,pesquisador-defende-a-interdisciplinaridade.shtml acesso em 6 de agosto







O Futebol Brasileiro precisa rever seus torcedores

O texto abaixo deve ser lido e refletido por todos que  gostam e  investem em futebol.  As duas ações ocorridas no final de ...