quarta-feira, 3 de março de 2010

Mais sobre a Devassa

02/03/2010 - 20:03


Devassa põe tarja preta em loura para não sair do ar



"Isso acontece com empresas que não são ligadas à AmBev, experimentei dificuldades similares quando fiz a campanha da Nova Schin. Marca nova entrando no mercado do concorrente causa desconforto e fortes reações no Conar". A afirmação é de Átila Francucci, hoje na agência Young & Rubicam, mas que esteve à frente da criação da campanha Experimenta, feito para o lançamento da Nova Schin, marca do portfólio do Grupo Schincariol. Segundo Átila, é hipocrisia à atual reação do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) de suspender por liminar o anúncio da Devassa.
Ao ser impedida de colocar o anúncio da cerveja no ar, o Grupo Schincariol, decidiu colocar uma tarja preta sobre a Pin-up estampada na tampa, símbolo da cerveja Devassa Bem Loura, que aparece também nos copos de cerveja e nas garrafas de cenas gravadas para o comercial original. Há uma boa dose de humor na peça, reconhece o publicitário Augusto Cruz, presidente da agência Mood, responsável pela campanha. "Mas também (há) a certeza de que não há nada de errado com o comercial anterior, que foi produzindo seguindo todas as normas do Conar para o segmento de bebidas."

A campanha protagonizada pela socialite americana Paris Hilton foi denunciada por consumidores por apelo à sensualidade, o que causou reações apaixonadas não só nas mídias sociais, como o microblog Twitter aqui e no exterior (há um movimento que se chama voltadevassa que já tingiu quatro mil tweets em menos de três horas até esta terça-feira à tarde para pedir o retorno da campanha). O assunto chamou a atenção de veículos especializados em propaganda dos EUA e do jornal New York Times.

A razão do espanto está no fato de o comercial ter sido lançado no carnaval, quando mulheres seminuas ocupam todas as mídias com destaque. Profissionais do meio publicitário que trabalham para outras marcas de cerveja concordam que não há nada de mais explícito na campanha além da sugestão embutida no nome da própria cerveja. "Quando vi o nome Devassa, uma marca que nasceu no Rio num clima descontraído, ser associado a Paris Hilton, que tem fama e comportamento condizente com o sentido da palavra, pensei: isso vai dar confusão. E deu. Há muitos brasis e o pessoal mais conservador não gosta desse tipo de associação", diz um deles que prefere o anonimato para não chatear seu cliente.

Cruz não concorda com essa interpretação. Para ele, a palavra devassa é muito usada. "Essa marca de cerveja existe há oito anos e nunca foi questionada por ter algum apelo sexual", diz ele.
A AmBev, dona das marcas Skol, Brahma e Antarctica, tem preferido não comentar o assunto.
No Conar, o relator da denúncia que pediu a suspensão do anúncio até o julgamento do conselho de Ética da entidade, sem ainda data marcada para acontecer, é o vice-presidente Edney Narchi. O diretor de marketing do Grupo Schincariol, Luis Claudio Taya, não nega que está gostando bastante da exposição positiva que a atual demanda com o Conar está obtendo na mídia. Não apresenta números, mas diz que duas redes de supermercados pediram mais estoque de Devassa. "A curiosidade nessas situações sempre atiça a curiosidade do consumidor."
Taya, assim como muitos publicitários ouvidos em torno dessa censura à Devassa, reconhecem que tanto o Conar, como anunciantes e agências vão ter que considerar a força das mídias sociais na hora desenvolver campanhas. "Paris Hilton é também um fenômeno da Internet", considera Cruz. "Ela fica o tempo todo conectada, é lida e seguida. A nova geração age e reage dessa forma. O sucesso dela aqui está ligado à Internet".
Vamos tocando a vida, sem beber durante o dia. E mais educação!!!!

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