Um texto para refletir encontrado no site GPS MAPPA
Fonte da fotohttp://ecomunicacao.files.wordpress.com/2008/11/mundo1.jpg
Estava eu insone, sem querer pensar em publicity e coisa e tal, e me deparo com um texto de Javier Piedrahita que me tirou da inércia em pleno verão escaldante madrilenho. Ele escreve sobre o que ele viu publicado no Der Spiegel, a fala do criativo alemão Jean-Remy von Matt durante o evento CAD que aconteceu em Berlim. Segundo um, que cita o outro (e que livremente vou traduzir e abordar), criatividade e crise são “unha e carne” (ou costumam ser). Um problema pode ser resolvido com uma idéia que surpreende. A criatividade requer desafios como as crises econômicas, as crises clamam por saídas que podem estar justo na criatividade. Porém, alertam que quando essa parceria falha a coisa complica. O que está ocorrendo é que a criatividade não encontra soluções. Talvez porque a crise não a deixa encontrá-las.
Todos falam de uma revolução de proporções inimagináveis. Tal qual ou mais poderosa (who knows?) do que a Revolução Industrial, a chamada Revolução Digital. É uma era de mudanças dramáticas e não serei eu mais uma a explicar que mudanças são essas, você está careca de saber - alguns, literalmente. As relações entre marcas e pessoas mais que nunca se vêm intermediadas pelas máquinas: computadores e celulares. O Google parece ser o principal inimigo dos meios clássicos. A “mágica” dos virais, por sua vez, cai por terra diante das evidências, pois se fala muito mais dos exemplos de sucesso do que da enorme quantidade de virais que falha, segundo eles, nove de cada dez virais chegam em menos de 5.000 espectadores.
Enfim, vivemos em meio ao que von Matt chamou de vício digital: o usuário encontra nos meios digitais um canal sem limites para se informar e se comunicar; e o anunciante e suas agências, um meio fascinante para oportunidades criativas. Tal revolução, no entanto, revela (ou cria?) um novo tipo de consumidor, livre, que só permite o que lhe interessa, e com um senso de urgência e de concentração equiparável à de uma criança de 2 anos, inquieta e ávida por novidades. Aqui o problema entre o publicity na Internet se revela. A base do publicity é: “eu quero que você preste atenção em mim!” O internauta contra-ataca: “eu vejo o que eu quero!” E o que ele quer em geral não é publicity. Pelo menos não isso que sabemos ser publicidade até hoje. Para conciliar esses interesses, o anunciante precisa conhecer cada vez mais sobre o seu público e estar presente nos sítios web que interessam a ele. Em meio a tantas possibilidades que o consumidor encontra na web, ler as mensagens que mais lhe agradam, publicidade ou não, seria uma troca razoável. O que está ocorrendo, no entanto, é que o usuário se sente invadido em sua privacidade e vai parar no divã do analista, ou pior, se recusa terminantemente a lhe dar a devida atenção.
Já sabemos que temos que nos reinventar, não sabemos o mapa, todavía. Estamos tateando e tentando empiricamente buscar uma resposta, e vez ou outra o GPS nos faz parar e diz “recalculando”. Os autores-mor desse texto falam que o setor se esquece do seu talento original, traduzido parcamente por mim como: “Mirar no coração mais do que alcançar a carteira!” Contar histórias que façam sonhar. Mais uma vez, a criatividade é a ferramenta. Segundo von Matt , tudo indica que o futuro está mesmo é no entretenimento. E que o humor terá um papel fundamental. O Humor está cheio de força criativa, é popular e democrático. Independe da instrução, renda ou classe social. O Humor resiste a toda a crise. Contou uma historinha de que ele pegou o avião para o Festival de Berlim na classe econômica, que estava cheia de executivos. Bueno, os da primeira classe eram justamente os humoristas Karl Dall e Harald Schmidt da tevê. Complementa: “um sinal dos céus de como o humor resiste às crises. –: Eu tive que sorrir”. Eu também.
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