sexta-feira, 1 de julho de 2016

Como rentabilizar os projetos de sócio torcedor

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Dentre as diferentes fontes de receitas no futebol brasileiro, os ganhos com o sócio torcedor merecem destaque. Além do trabalho dos clubes a criação do projeto da Ambev “Movimento por um futebol melhor” contribuiu para esse crescimento.
No Brasil sócio torcedor é sinônimo de descontos. O torcedor paga por mês para seu clube e em troca recebe descontos em ingressos, produtos, promoções e nos planos mais caros o direito de assistir aos jogos no estádio.
Em todas as partes do mundo o sócio é aquele que paga antecipadamente para garantir seu local no estádio, o season ticket. Após esse processo de maturação e com um controle de demanda, os clubes implementaram planos de descontos e inclusive foram bem-sucedidos nesse segmento também.
No Brasil decidimos criar nosso sócio torcedor com os estádios vazios e não sabemos como lotá-los, a não ser que o time tenha bom desempenho. Os clubes brasileiros cometem equívocos básicos na gestão de seus programas de sócio torcedor. Mesmo com o incremento, os valores são extremamente baixos perto do seu potencial.
Outro erro recorrente dos clubes junto aos seus sócios é viver única e exclusivamente da mensalidade paga. O marketing dos clubes não tem ideia de como rentabilizar a relação com seus sócios. Se por exemplo, um sócio paga R$ 30 ,00 por mês com seu clube, como fazer para que gaste outros R$ 30,00, especialmente além da compra de ingressos.
Segundo minhas análises, os programas de sócio torcedor dos clubes movimentaram R$ 327 milhões em 2014 e R$ 365 milhões em 2015. As mensalidades dos sócios já são quase tão representativas quanto os ganhos dos clubes com bilheteria. Os números cresceram muito entre 2012 e 2014.
Os clubes brasileiros devem criar internamente ferramentas modernas de gestão de informações a fim de conhecer não apenas dados demográficos dos seus torcedores, mas principalmente diferentes variáveis do comportamento desses grupos de torcedores. E estruturar abordagens mercadológicas consistentes para esse público.
Essa necessidade dos clubes brasileiros já é uma realidade há décadas na Europa e EUA. Falta apenas que as entidades se estruturem para conhecer e principalmente abordar seus torcedores de forma a criar uma conexão honesta e consequentemente rentável.
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Hoje a relação migrou para o digital, e as redes sociais são a plataforma mais eficiente para os clubes se relacionarem com seus torcedores. A questão é saber como monetizar tudo isso. Nenhum clube brasileiro descobriu até hoje.
Não vemos nenhuma abordagem realmente inovadora que não dependa dos gols de seus jogadores para poder atrair público aos seus jogos, vender produtos e alavancar os seus negócios.
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O fortalecimento do marketing esportivo no futebol brasileiro depende diretamente dessa visão mais moderna e criativa dos clubes, especialmente na relação com seus sócios torcedores.
Barça mostra o caminho
Muitos clubes pelo mundo aprenderam a rentabilizar a relação com seus sócios. Um bom exemplo é o Barcelona que há décadas conta com um número elevado de sócios e principalmente como consegue rentabilizar essa relação.
Na temporada 2014-15 o clube faturou 49 milhões de euros com as contribuições de seus sócios e com a venda antecipada das cadeiras no Camp Nou.
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 Além disso conta com um sistema de liberação de cadeiras pelo sócio que autoriza pela internet a venda do seu lugar. Essa ferramenta já representa 45% das receitas do clube com venda de ingressos.
O clube catalão ainda fatura 50 milhões de euros em exploração de suas instalações com os sócios que vão aos jogos, além dos turistas. São mais de 167 milhões de euros por ano gerados com seu estádio.
Quase o mesmo valor de todo o futebol brasileiro somado no ano passado.

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